É certo que na ficha técnica, constam os nomes de Mário Mesquita e João Pedro Figueiredo, também membro do Conselho Regulador da ERC, que acompanhou igualmente a supervisão do livro sobretudo a partir do impedimento de Mesquita.

Segundo o Diário de Notícias, a supervisão da colecção terá então passado para a tutela do presidente da ERC, Sebastião Póvoas, que decidiu, perante o sucedido, substituir o nome de Mário Mesquita por João Pedro Figueiredo. Este terá recusado, o que levou a que fosse feita a publicação do livro sem mencionar a autoria de autoria na capa.

Entretanto, a filha de Mário Mesquita, Ana Mesquita, garantiu que o pai foi o “mentor do projecto” até á sua morte. Acrescentou ainda que “sabia, pelo pai, que o livro estava feito e tinha sido entregue para revisão de gralhas e formatações”.

“Só pode ser um equívoco. Uma pessoa quando morre não perde a autoria dos seus trabalhos”, disse ainda a filha de Mário Mesquita aquele jornal.

A capa do livro, publicitada nos sites das principais livrarias, incluindo o site brasileiro da Almedina, exibe ainda o nome do antigo jornalista, professor e vice-presidente da ERC. Mas, na versão final posta à venda, o nome de Mário Mesquita foi apagado da capa.

Esta situação, verdadeiramente anómala, que é atribuída ao presidente daquela entidade reguladora, Sebastião Povoas, provocou uma natural indignação e repudio, quer nos meios jornalísticos, quer nos meios académicos.

O sindicato dos jornalistas e a AECJ, condenaram também este comportamento inadmissível do primeiro responsável da ERC.