A erosão da circulação impressa paga, tem sido a realidade da imprensa generalista portuguesa nos últimos anos e continuou a acentuar-se em 2022, Segundo os números divulgados no mais recente relatório da APCT.

O relatório revela que o semanário Expresso, mantém o estatuto de jornal com maior circulação impressa paga no mercado português, tendo vendido, em média, 46.371 exemplares por cada edição publicada, o que, no entanto, corresponde a um recuo de 12,3% em comparação com 2021.

O Correio da Manhã, que vendia em média, 51.034 exemplares por edição, entre Janeiro e Dezembro, de 2021, ocupa a segunda posição no segmento, sendo líder entre os jornais diários. No entanto, desce do patamar dos 50 mil exemplares, com 43.268 exemplares vendidos por edição, o que representa um recuo na sua circulação impressa paga de 15,2%.

O Jornal de Notícias, mantém a terceira posição de jornal mais vendido. Mas, em consonância com os restantes, viu a sua circulação impressa paga recuar 7,3% e desceu da média de 23.932 exemplares vendidos por edição, para 22.191.

Quanto ao Público, com uma média de 11.048 exemplares vendidos por edição entre Janeiro e Dezembro, regista um recuo de 6,7% face aos 11.846 exemplares vendidos, no mesmo período do ano anterior.

A quebra mais pesada foi a do Diário de Notícias, que vê a sua circulação impressa paga cair 27%, passando de uma média de 2.577 exemplares, vendidos por edição em 2021, para 1.881 exemplares entre Janeiro e Dezembro de 2022.

Neste cenário, as revistas apresentam quebras 12,5%. A Visão, cai 13%, dos 26.860 para os 23.363 exemplares vendidos por edição, mantendo a liderança do segmento. Com uma média de 20.194 exemplares vendidos por edição, a Sábado regista um recuo de 11,95% face a 2021.

Nas edições digitais pagas, o Expresso mantém a liderança no formato electrónico, mas também aqui recua, ainda que ligeiramente, para uma média de 47.450 ao longo do último ano, enquanto o Público, alcança um crescimento na ordem dos 17,2%. Tinha 39.721 registados em 2021, e encerrou 2022, com uma circulação digital paga de 46.560.

O Jornal de Notícias, reforçou a circulação digital paga em 8,08%, ao crescer de 4 mil exemplares em 2021 para 4.323 em 2022.

Igualmente com uma evolução positiva, surge o Correio da Manhã, em quarto lugar neste indicador, com uma média de 2.860, o que corresponde a um crescimento de 17,07% face aos 2.443 registados em 2021. Já o Diário de Notícias, com uma média de 1.507, apresenta uma quebra significativa de 25,8%.

Entre as revistas, a Sábado apresenta-se de novo à frente na circulação digital paga e cresce 37,07% no período em análise, passando de 4.489 para 6.153.

O estudo concluiu que o digital cresce, mas não evita quebras na circulação paga. Apenas o Público apresenta um saldo positivo.

A circulação digital paga, continua a revelar-se incapaz de compensar as quebras registadas na circulação impressa paga.