O site britânico Press Gazette organiza uma lista, actualizada regularmente, das marcas de media com os valores mais altos na proporção entre leitores online e assinantes. No sector, este valor é conhecido como “taxa de conversão”.

No passado dia 11 de Julho, os dois títulos no topo da lista eram os norte-americanos The Athletic e Barron, com “taxas de conversão” de quase 26% e 19%, respectivamente, noticiou o site.

No caso da The Athletic, publicação desportiva do Grupo do New York Times, o número médio de visitantes mensais do site entre Junho de 2023 e Maio de 2024 foi de 11,2 milhões, de acordo com a plataforma Similarweb, tendo o número de assinantes em Março de 2024 sido de 2,9 milhões.

Já a Barron, título financeiro da News Corp, no ano passado, contou com uma média de 4,8 milhões de visitantes mensais e de 900 mil assinantes.

Em terceiro lugar surge o Wall Street Journal (WSJ), com 24,7 milhões de visitantes mensais e 3,7 milhões de assinantes, o que corresponde a uma taxa de cerca de 15%.

Estes valores são particularmente elevados quando comparados com os dados de 2022 da International News Media Association (INMA). Segundo esta organização, entre 166 títulos analisados, a “taxa de conversão” média foi de 0,6%.

Factores que conduzem a melhores “taxas de conversão”

Um dos aspectos que fazem a diferença para aumentar a proporção de assinantes entre os leitores online é o momento em que o jornal começou a ter paywall — artigos de acesso exclusivo aos leitores que pagam subscrição.

Tendencialmente, os jornais que têm paywall há mais tempo parecem apresentar melhores “taxas de conversão”. O WSJ e o New York Times, que estão entre os dez com taxas mais elevadas na análise da Press Gazette, têm paywall há mais de dez anos — o WSJ começou esta prática em 1995.

Os conteúdos e a marca/reputação são também factores-chave para chegar a valores mais altos na “taxa de conversão”, o que ajuda a explicar o sucesso de alguns títulos de “nicho”, explica o artigo.

Além disso, é importante, também, ter atenção à experiência do consumidor quando visita os sites noticiosos, bem como à adequação a cada público da mensagem de apelo à subscrição.

Algumas notas metodológicas

O site adverte que os valores apresentados são apenas aproximações, uma vez que a recolha dos dados não é sistematizada de forma uniforme entre todos os jornais. Por exemplo, nalguns casos, as marcas incluem no número de assinantes os leitores que estão inscritos no período experimental, noutros isso não acontece. Também difere entre os jornais se são consideradas apenas as assinaturas digitais ou todos os tipos de assinatura.

Na lista da Press Gazette são apenas considerados títulos individuais e não Grupos de media com várias marcas.

“Para calcular a [chamada] taxa de conversão em assinantes, para cada título usámos o último valor disponível de assinantes, com base nos dados públicos ou em informação partilhada com a Press Gazette, e dividimos este número pela média mensal global de visitantes do último ano dos respectivos sites, em desktop ou mobile”, explica a Press Gazette.

No artigo, em actualização, é possível ler com mais pormenor estas e outras indicações metodológicas da análise.

(Créditos da fotografia: Carlos Muza no Unsplash)