ChatGPT como desafio aos jornalistas e às comunidades universitárias
O ChatGPT, tornou-se um sucesso após o lançamento público em Novembro 2022. Tem a capacidade de produzir respostas plausíveis e coerentes a perguntas dos utilizadores, incluindo responder a solicitações para redigir textos sobre um tema proposto. Esta nova realidade constitui um desafio não só para as comunidades universitárias, mas igualmente para os jornalistas, e outras actividades profissionais, se não souberem a tempo lidar com esta nova ferramenta.
Embora a possibilidade de fraude, baseada no ChatGPT, tenha alarmado os professores e a comunidade académica, Matt Glanville, chefe de ética e práticas de avaliação da IB, afirmou que o chatbot deve ser adotado como “uma oportunidade extraordinária”. No entanto, acrescentou que as respostas devem ser tratadas como qualquer outra fonte em trabalhos académicos.
“A linha é traçada entre o uso do ChatGPT, na produção de um trabalho original, que deve ser exactamente a mesma usada com as ideias tiradas de outras pessoas ou da internet. Como qualquer citação ou material adaptado de outra origem, deve ser identificada a fonte no corpo do texto e devidamente referenciado na bibliografia”, disse.
Segundo Glanville, “a redacção de trabalhos académicos está a ser profundamente desafiada pelo aparecimento de novas tecnologias e não há dúvida de que terá muito menos destaque no futuro.”
E, acrescenta: “Quando a IA pode essencialmente escrever um texto coerente, ao toque de um botão, precisamos que os nossos alunos dominem diferentes habilidades, como entender se a redacção é boa, está ou não fora do contexto, usou dados tendenciosos ou se tem falta de criatividade. Essas serão habilidades muito mais importantes do que redigir um ensaio, então as tarefas de avaliação que definimos terão de passar a reflectir isso.”
O ChatGPT foi desenvolvido pela OpenAI, uma empresa sediada em São Francisco, apoiada pela Microsoft, que integrou a tecnologia OpenAI no seu mecanismo de busca Bing. A Google anunciou a criação do seu próprio chatbot, o Bard, embora ainda não o tenha lançado publicamente.
O Snapchat, também anunciou que implantaria um chatbot baseado na mesma tecnologia do ChatGPT. A aplicação de mensagens disse que o seu chatbot, chamado My AI, seria disponibilizado para assinantes do seu serviço premium, Snapchat+.
Reflectindo acerca de alguns dos problemas encontrados pelos utilizadores do ChatGPT e do Bing, o Snapchat disse antecipadamente que o seu chatbot “experimental” produziria erros.
“Embora o My AI seja projectado para evitar informações tendenciosas, incorrectas, prejudiciais ou enganosas, podem ocorrer erros”, afirmou a empresa.
O Snapchat, acrescentou que o serviço pode ser usado para uma variedade de propósitos, semelhantes aos usados no ChatGPT e no Bing, incluindo recomendações de ideias de presentes e planeamento de itinerários para caminhadas.