O novo relatório da Cision sobre O Estado dos Media sublinha, entre outras conclusões, os desafios gerados pelo crescimento rápido da interferência da inteligência artificial (IA) no trabalho dos jornalistas, anunciou a empresa de análise de dados na área da comunicação.

A Cision publica, há mais de uma década, estudos sobre o estado da comunicação social, procurando entender as tendências mais significativas do jornalismo, para, depois, comentar as implicações desses dados para as equipas de relações públicas (RP).

O relatório deste ano inclui informação sobre as “palavras e acções” que mais “chamam a atenção dos jornalistas”, os “canais mais eficazes” para chegar aos jornalistas e os “recursos mais propensos a ganhar cobertura mediática para as equipas de RP”.

O estudo incluiu a participação de mais de três mil jornalistas, que identificaram a “mudança nos comportamentos da audiência” e o “rápido crescimento da inteligência artificial” como factores que têm contribuído para os desafios da profissão.

Estas são algumas das principais conclusões do estudo, citadas pelo jornal Eco:

  • Mais de 40% dos jornalistas consideram que “o seu maior desafio para 2024 [seria] manter a credibilidade como uma fonte de notícias confiável”.
  • “Quase três quartos (72%) dos jornalistas classificam os comunicados de imprensa como o seu conteúdo preferido a receber dos profissionais de RP”.
  • Menos de metade dos profissionais inquiridos dizem usar a IA com regularidade.
  • Uma grande maioria dos jornalistas (87%) usa recursos multimédia — imagens, visualizações de dados e vídeos — nas suas peças.
  • No que diz respeito às redes sociais, “o Facebook está a ressurgir, tendo sido apontado pelos jornalistas como uma das três plataformas com maior actividade”. Este dado é contrário à tendência apresentada no Digital News Report 2024, do Reuters Institute for the Study of Journalism, da Universidade de Oxford, publicado recentemente.

O estudo da Cision foi realizado em Janeiro e Fevereiro de 2024 e envolveu 19 mercados em todo o mundo, designadamente EUA, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Finlândia, Suécia, Dinamarca, Noruega, Itália, Espanha, Portugal, China, Austrália, Singapura, Malásia, Indonésia, Taiwan e Hong Kong.

(Créditos da fotografia: The Climate Reality Project no Unsplash)