Segundo o jornal i, que citamos, o conselho de redacção da Visão lamentou as “incertezas” da situação agora criada e solidariza-se com a direcção editorial da revista, “na sua tentativa de procurar soluções que viabilizem o futuro da publicação”, que tem 24 anos de existência e “é líder no seu segmento do mercado”.

Numa nota citada pela Lusa, o conselho de redacção lamenta que a “profunda alteração estratégica da actividade da Impresa surja num contexto de recuperação assinalável (e em contra corrente com o panorama da Imprensa portuguesa) das vendas da Visão e das suas extensões de marca” e também num momento “de cumprimento, e até de superação, dos objectivos orçamentados para o corrente ano, nomeadamente em termos de receita”. 

Além das reuniões com os administradores, de modo individual, a revista Visão esteve em plenário de trabalhadores para serem informados sobre o futuro da revista. Aqui, foi afirmado pela direcção que há potenciais interessados, mas que, a haver negócio, “terá de ser concretizado até ao final do ano; caso contrário, o caminho pode mesmo passar pelo fim da publicação”, segundo informações recolhidas pelo Público

Em comunicado enviado às redacções, o presidente executivo da Impresa, Francisco Pedro Pinto Balsemão, diz que a Impresa “procederá a um reposicionamento estratégico da sua actividade, o que implicará uma redução da sua exposição ao sector das revistas e um enfoque primordial nas componentes do audiovisual e do digital”. 

No mesmo comunicado afirma-se que a Impresa “iniciou um processo formal de avaliação do seu portfólio e respectivos títulos, que poderá implicar a alienação de activos”, sendo o objectivo “continuar a melhorar a situação financeira do grupo, assegurando a sua sustentabilidade económica e, logo, a sua independência editorial”. 

O Público recorda que, “no dia 21 de Julho, a Impresa anunciou que optara por interromper uma emissão de dívida. A decisão foi justificada com ‘alterações recentes no sector dos media e ao impacto resultante no sentimento da comunidade de investidores’, ou seja, com o anúncio da compra da Media Capital (da espanhola Prisa) por parte da Meo/Altice”. 

“A Impresa continuará a acompanhar com atenção e dinamismo a evolução do mercado, de modo a detectar e antecipar o surgimento de condições que favoreçam a estratégia do grupo”, afirmou então a empresa. Com uma dívida de 189 milhões, o grupo teve um EBITDA de 6,1 milhões e um lucro de 86 mil euros no primeiro semestre. 

Além da Visão (que inclui a Visão Junior e a Visão História), a Impresa detém a Caras, Activa, Exame, Exame Informática, Telenovelas e TV Mais, para lá do Courrier Internacional, do Blitz e do Jornal de Letras, Artes e Ideias

O Sindicato dos Jornalistas veio manifestar, em nota publicada no seu site, “preocupação com a agitação” no Grupo Impresa, que implica “cerca de duas centenas de trabalhadores”, tendo pedido “uma reunião urgente com o presidente do conselho de administração” da Impresa. Em resposta, o presidente do Grupo Impresa, Francisco Pinto Balsemão, agendou esta reunião para 7 de Setembro.


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