A reportagem do Público acrescenta ao título duas linhas com mais informação sobre os números dos manifestantes presentes: “Secretário-geral da Fenprof diz que estiveram mais de 80 mil na rua, mas segundo a PSP participaram na manifestação cerca de 15 mil pessoas.”

 

A polémica que se seguiu incide, em parte, sobre esta divergência de contagem, mas o ambiente ficou marcado, desde o início, pela sugestão (ou “apelo”, de “forma populista” – segundo o Público) ao despedimento da jornalista Clara Viana.

 

A direcção do jornal publicou, no dia seguinte, um editorial em que expõe a inevitável diferença entre os números contados pelos organizadores de uma manifestação e os contados por outras entidades, e corrige um erro sobre o local exacto da presença dos dirigentes do BE e do PCP  - não no palco, mas em frente dele, na rua.

E conclui:

“Espanta por tudo isto que uma deputada que foi ministra da Cultura caia nesta velha ratoeira. A próxima vez que Canavilhas quiser acusar o Público de publicar ‘factos falsos’ deverá fazer melhor o seu trabalho de casa.”

 

Em declarações ao Observador, Gabriela Canavilhas descreveu as suas entradas no Twitter como um “espaço de expressão informal” e, concretamente, a referência ao despedimento da jornalista como “um desabafo, uma coisa que se diz inopinadamente”. 

Publicou ainda, no Expresso, um artigo de opinião em que mantém a crítica à reportagem inicialmente referida. Respondendo a uma pergunta sobre os seus termos no Twitter, declara que não pediu nem apelou ao despedimento de Clara Viana: “Apenas perguntei. Se tivesse terminado com uns emojis como é meu hábito, teria este efeito?”

 

O editorial de resposta do Público