Observatório disponibiliza arquivo de crítica dos Media
Os jornalistas Pedro Varoni e Lucy Oliveira trabalharam sobre o acervo de textos, programas radiofónicos e de TV para organizar a antologia publicada e disponibilizada para download nesta edição. Tiveram ajuda no processo de pesquisa de Luiz Egypto — editor do Observatório durante dezoito anos (1998-2015) — e dos jornalistas Norma Couri e Alberto Dines.
“Ler e escolher não foi uma tarefa fácil. Certamente, textos importantes ficaram de fora de nossa coletânea, um indicativo da necessidade de novas pesquisas sobre a memória do Observatório” - escreveram os organizadores no texto de apresentação do e-book.
A antologia é repartida por cinco capítulos:
O primeiro faz uma breve genealogia da crítica de media no Brasil a partir da trajectória de Alberto Dines. O segundo demonstra como o Observatório se constituiu como espaço de referência crítica na transição entre o primeiro e o segundo mandatos de Fernando Henrique Cardoso. “No terceiro, relativo aos dois mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva, a ênfase foi nas alterações geopolíticas mundiais, em factos que marcaram a vida nacional, bem como na relação entre media e governos.”
“No capítulo quarto, os textos reflectem um país e o mundo em ebulição, no período entre 2011 e 2016, correspondente ao período governado por Dilma Rousseff. As manifestações populares nos grandes centros urbanos, as denúncias de corrupção dão o tom de uma época em que o jornalismo se viu desafiado pelo real histórico. No último capítulo, o quinto, a ênfase das reflexões publicadas pelo Observatório recai sobre dilemas éticos na cobertura da Lava Jato, a intolerância nas redes sociais e os novos desafios trazidos pelo ecossistema da desinformação.” (...)
Em entrevista aos organizadores da antologia, Luiz Egypto sintetiza o espírito do Observatório como espaço participativo de crítica de media:
“Só não publicávamos textos apócrifos, ofensas pessoais, manifestos, pedofilia e qualquer tipo de intolerância (racismo, antisemitismo, machismo). Mesmo que discordássemos, tudo que tinha a ver com crítica de media era publicado, tornando-nos o maior fórum de discussão de comunicação no país, mesmo que fosse crítica a nós mesmos.” (...)