Nascido em 1925, João Ribeiro assinou destacados trabalhos como a coroação de Nossa Senhora de Fátima pelo Papa Pio XII, a visita a Portugal da Rainha Isabel II ou uma reportagem que recordava com gosto: três meses com pescadores portugueses na Terra Nova. Nascido em Silves, era uma figura tutelar para sucessivas gerações de fotojornalistas que foram chegando à profissão, que aprenderam com ele as artes do ofício e o admiravam por isso mesmo.

O Expresso online, recorda a intervenção de Rui Ochôa, durante décadas responsável pela fotografia daquele semanário, que elogiou João Ribeiro na homenagem prestada pela Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) em 2011.

 

O bichinho da fotografia – como escreve o Expresso online -  contagiou João Ribeiro aos 12 anos, quando foi presenteado com uma Kodak. Ficou com o destino traçado: "Fotógrafos como o americano Weege ou Robert Capa, ou ainda o francês Cartier-Bresson, eram os heróis preferidos de uns 16 anos irrequietos", conta Ochôa.

A progressão de João Ribeiro no ofício foi rápida e sustentada. "João foi aprendendo tudo com a avidez de quem tudo queria saber, com uma vontade insaciável de captar tudo. Sempre pronto para tudo fazer, para melhorar", descreve Rui Ochôa.

Na homenagem da SPA em 2011, Rui Ochôa assumiu os ensinamentos que recebeu do "Grande Mestre", alguém "muito exigente e teimoso. Mas as suas qualidades de homem bom e cordato fizeram de mim (e de muitos, muitos outros) aquilo que sou”.

Se a admiração de Rui Ochôa é genuína, não menos é o tributo, raro em Portugal, prestado pela classe jornalística a um dos seus pares, em 1998, quando João Ribeiro foi homenageado durante o 3.º Congresso dos Jornalistas, onde recebeu "uma Rolleiflex em cristal, envolvida por uma renda da Joana Vasconcelos" (…)  "Um reconhecimento do notável trabalho efectuado em prol do jornalismo português", como então assinalou Rui Ochôa na sessão da SPA, em 2011.