Estado de emergência polaco condiciona actividade jornalística

Da mesma forma, estes profissionais têm sido multados ao abrigo de falsas acusações. A título de exemplo, duas jornalistas polacas tiveram que pagar uma coima por terem “conduzido um veículo na área restrita”, quando não o fizeram. Outros foram, ainda, acusados de utilizar material de reportagem roubado.
Entretanto, o primeiro-ministro polaco afirmou que permitir o acesso de jornalistas à área restrita “não ajudaria a melhorar a situação”, uma vez que estes profissionais “ficariam expostos a notícias falsas disseminadas pela Bielorrússia e pela Rússia”.
Já um representante do ministério dos Negócios Estrangeiros disse que as medidas restritivas serviam para proteger os jornalistas dos migrantes.
Perante este cenário, os Repórteres sem Fronteiras declararam que a Polónia está a atravessar “um estado de emergência no que toca à liberdade de imprensa”.
Por outro lado, o presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, conhecido por perseguir e restringir o jornalismo independente, permitiu que a BBC e a CNN filmassem o cenário do seu lado da fronteira.
Ademais, continuou o autor, as autoridades bielorrussas têm utilizado as redes sociais como arma política contra a União Europeia.
De acordo com o “Notes from Poland”, um “site” de notícias em língua inglesa, a Constituição polaca dita que o estado de emergência na fronteira não pode ser prolongado.
Até ao momento, as medidas de restritivas são de tal forma intensivas, que os próprios cidadãos polacos têm dificuldade em decifrar a situação vivida na fronteira com a Bielorrússia.
Perante este cenário, diversas pessoas têm apelado à cobertura noticiosa na área.