Cada vez menos jornalistas
As dificuldades existem e são graves em todos os ramos do sector da comunicação social. Mas são particularmente agudas nos jornais em papel, apesar de estes estarem também presentes na internet, com sites on-line. Só que é difícil ganhar dinheiro nesses sites, pois a publicidade que aí é colocada é escassa e demasiado barata.
O problema não é apenas português, claro. Na última década o número de jornalistas em jornais dos Estados Unidos caiu para metade.
Esta diminuição de profissionais da comunicação social no activo não apenas lança muita gente para o desemprego. Também limita a qualidade daquilo que é publicado, pois há menos jornalistas para investigarem as notícias e as enquadrarem.
Conviria, por outro lado, repensar os cursos superiores de comunicação social, que se multiplicaram nos últimos vinte anos. Não é simpático formar jovens para o desemprego ou para a frustração de virem a desempenhar tarefas profissionais que pouco têm a ver com os estudos que fizeram.
Refiro estes números sobre a crise do jornalismo não por masoquismo, mas porque importa encarar a realidade em vez de alimentar ilusões. A crise é real, infelizmente, mas não creio que a função do jornalista tenha deixado de ser necessária às pessoas e à sociedade. Ela será no futuro exercida em moldes provavelmente diferentes dos actuais, mas não é possível, pelo menos por enquanto, ter uma ideia clara sobre o que serão esses novos moldes.