Segundo o Washington Post, a National Geographic terá demitido os seus últimos redactores e deixará de ser vendida nas bancas dos EUA, a partir do próximo ano.

Esta é a medida mais recente, em linha com outras já instituídas pela Walt Disney Co., empresa que controla a revista, cujo objectivo terá sido o de diminuir custos.

A revista, com sede em Washington, que realizou pesquisas nas áreas da ciência e da natureza, durante 135 anos, “demitiu todos os seus últimos redactores remanescentes”, informou o Washington Post.

De acordo com a notícia, foram afectados, pelas demissões, 19 colaboradores e foram vários, aqueles que confirmaram a situação no Twitter.

“Acaba de chegar o meu novo National Geographic, que inclui o meu último artigo - o meu 16º e o meu último como redactor sénior. A NatGeo está a demitir todos os redactores da sua equipa. Eu tive muita sorte. Trabalhei com jornalistas incríveis e contei histórias globais importantes. Foi uma honra”, tweettou Craig Welch, um dos agora ex-redactores séniores da National Geographic.

“A National Geographic está a demitir os seus redactores, inclusive eu. Foram cinco anos maravilhosos - uma honra e uma alegria. Muito orgulhoso do trabalho que os meus colegas e eu fizémos aqui”, escreveu o jornalista Doug Main, também no Twitter.

O futuro trabalho editorial da organização será feito por redactores freelancer e pelos poucos editores que permanecerem na equipa, informou o Post.

A National Geographic disse, no entanto, aos meios de comunicação, que alguns redactores iriam ficar.

Também em comunicado, um porta-voz da revista afirmou que “a National Geographic continuará a publicar uma revista mensal dedicada a contar histórias multiplataforma excepcionais com impacto cultural. As mudanças na equipa não mudarão a nossa capacidade de fazer esse trabalho, mas irão dar-nos mais flexibilidade para contar histórias diferentes e atender ao nosso público, onde quer que esteja, nas nossas diversas plataformas. Qualquer insinuação de que as mudanças recentes impactarão negativamente na revista ou na qualidade da nossa narrativa é simplesmente incorrecta.”

Nos últimos nove meses, esta é a segunda vaga de demissões e a quarta desde 2015. Em setembro, a Disney retirou seis editores importantes, numa reorganização extraordinária das operações editoriais da revista.

Ainda segundo o Washington Post, entre os que vão perder o emprego nesta última vaga, estará Debra Adams Simmons, que foi promovida, há poucos meses, a vice-presidente da Diversidade, Equidade e Inclusão da National Geographic Media, entidade que supervisiona a revista e o site.

A revista está “a realinhar os principais departamentos para ajudar a aprofundar o envolvimento com os nossos leitores, ao mesmo tempo em que alimenta modelos de negócios existentes e desenvolve novas linhas de receita”, disse David Miller, vice-presidente executivo da National Geographic Media.

No seu auge, no final da década de 1980, a National Geographic alcançou 12 milhões de assinantes nos Estados Unidos. De momento, permanece entre as revistas mais lidas de sempre, nos EUA. No final de 2022, tinha pouco menos de 1,8 milhões de assinantes, de acordo com a Alliance for Audited Media.