O Conselho de Redação da rádio TSF rejeitou a nomeação de Rosália Amorim para o cargo de diretora, justificando a decisão com dúvidas em relação à sua capacidade de manter uma política editorial independente.

De acordo com a Agência Lusa, um documento ao qual teve acesso, refere que os membros eleitos do Conselho de Redação entendem que não devem "dar o aval" a esta escolha indicando que o desempenho de Rosália Amorim como directora do DN em determinados momentos "levanta legítimas dúvidas quanto à sua real capacidade de manutenção de uma política editorial independente". Como exemplo referem uma entrevista ao CEO da Global Media Group (GMG) publicada, mas não assinada no DN, a 17 de julho de 2022. 

À data, Rosália Amorim foi até questionada pelo Conselho de Redacção do DN. Relembra-se que a GMG detém ainda o Jornal de Notícias (JN) e o Diário de Notícias (DN), órgão que a recém-indigitada diretora de informação da TSF dirigia desde novembro de 2020.

"Os membros eleitos do Conselho de Redacção entendem que, sem colocar em causa as qualidades profissionais de Rosália Amorim, a diretora indigitada não se encaixa no perfil necessário para o desempenho de um cargo tão específico como tem sido o de responsável pela informação na TSF", cita ainda a agência.

O Conselho de Redacção refere ainda que a directora foi nomeada devido à destituição da direcção de informação liderada por Domingos Andrade, ainda composta por Ricardo Alexandre e Pedro Cruz.

O conselho considera ainda que o "empenho do diretor cessante em tentar melhorar as condições de trabalho” foi notório.

Justifica ainda o "chumbo" da escolha de Rosália Amorim para o cargo com "a vincada e reiterada rejeição" da escolha junto da redação da TSF.

"Os membros eleitos do Conselho de Redação da TSF recordam que, em 2019, quando se ventilou a possibilidade de Rosália Amorim ser diretora da rádio, foi notória a reação de discordância por parte da redação, como estes membros puderam testemunhar, levando, posteriormente, à escolha de Domingos de Andrade para o cargo. A perspetiva da redação, note-se, não se alterou desde então", cita a Lusa.