“Media” britânicos contra uso livre dos conteúdos para treino da IA
Várias organizações de media britânicas manifestaram-se contra uma nova proposta legislativa apresentada pelo Governo do Reino Unido que sugere que seja facilitado o uso das obras com direitos de autor por parte das tecnológicas para treino dos sistemas de inteligência artificial (IA), noticia o The Guardian.
A proposta, apresentada em Dezembro e que ficou em consulta pública, prevê que as empresas tecnológicas possam usar material protegido por direitos de autor para treinar os seus modelos de IA a menos que os profissionais e as empresas detentoras dos direitos comuniquem que não permitem esse uso.
Um conjunto de entidades que poderão ser prejudicadas por este diploma criou uma organização, Creative Rights in AI Coalition (CRAC), para contestar o diploma e lembrar que os direitos de autor têm de ser respeitados e reforçados.
Num comunicado conjunto, os elementos das indústrias criativas declararam que “os proprietários dos direitos não apoiam a nova excepção aos direitos de autor proposta”.
Desta aliança, fazem parte organizações de media, entre as quais o The Guardian, Financial Times, The Telegraph e o Daily Mail Group, além de várias empresas das indústrias criativas.
Os representantes destas organizações dizem que o ónus deve estar nas empresas de IA, que devem ter de pedir permissão, negociar licenças e pagar aos proprietários dos direitos de autor se quiserem treinar os algoritmos com os materiais produzidos por outros profissionais.
Por seu turno, Chris Bryant, ministro com a tutela da Tecnologia e Cultura no Reino Unido, considera que a proposta permite “melhorar o acesso aos conteúdos por parte dos criadores de IA, ao mesmo tempo que [que possibilita que] os titulares dos direitos de autor controlem a forma como o seu conteúdo é utilizado”.
(Créditos da imagem: Growtika no Unsplash)