Perante a falta de entendimento entre a Agência Lusa e o Governo, os seus colaboradores anunciaram que vão avançar com novas greves.

As paralizações, decididas em plenário, estão programadas para os meses de junho e agosto. Em cada um deles os colaboradores da Lusa irão parar durante 4 dias, sendo que no mês de agosto, a greve irá realizar-se durante a Jornada Mundial da Juventude, altura da vinda do Papa Francisco a Portugal.

“Os trabalhadores reivindicam um aumento de apenas 100 euros no salário base, para fazer face a 12 anos sem aumentos, ou seja, menos de 10 euros por cada um dos 12 anos”, lê-se num comunicado divulgado pelos sindicatos, recordando ainda que os colaboradores “já fizerem quatro dias de greve em 30 e 31 de março e em 01 e 02 de abril, tendo ‘fechado’ a linha noticiosa, mas a administração da empresa não foi além de uma proposta de 74 euros”, referem.

Ainda no mesmo comunicado os sindicatos dizem que os colaboradores não vão “baixar os braços” e que “continuarão em força na luta por salários que respeitem e valorizem o trabalho que fazem diariamente, num momento em que cada vez mais é necessário ter jornalismo de qualidade".

Perante este cenário, os sindicatos dizem que “cabe ao Governo intervir, já que o Estado detém a maioria do capital social da empresa”, aproveitando, ainda, para fazer uma crítica à posição do ministro da Cultura.

No parlamento, Adão e Silva terá afirmado que a proposta da administração da Lusa "é melhor" do que as de outros grupos privados na área da comunicação social, e argumentou: “não estou a dizer que é bom, gostava imenso de aumentar mais os salários em todas as empresas e entidades que tutelo, mas há um equilíbrio a alcançar entre aumentos e sustentabilidade da empresa".

Os sindicatos já pediram novas reuniões com os ministros da Cultura e das Finanças.