“Le Figaro” e BBC anunciam cortes com redução de efectivos

Na mesma semana, duas redacções de referência na Europa apareceram nas notícias devido aos cortes de mão-de-obra anunciados. O jornal Le Figaro vai dispensar mais de uma dezena de trabalhadores, anunciou o Le Monde. Já a britânica BBC quer eliminar 155 postos de trabalho, noticiou o Eco.
No caso do diário francês, a direcção apresentou, no passado dia 17 de Outubro, “um plano de reorganização de vários serviços na redacção”, incluindo secretariado editorial, direcção artística, documentação, etc. De fora, ficaram as equipas de redactores.
Neste processo, deverão ser eliminadas 12 posições.
“De três em três ou quatro em quatro anos, procedemos a uma reorganização da edição impressa, que está em declínio estrutural”, explicou Marc Feuillée, director-geral do Grupo Figaro.
Esta “simplificação do processo de publicação” tem como objectivo a redução dos custos de produtividade, numa poupança estimada em 1,5 milhões de euros anuais, com recurso a ferramentas tecnológicas consideradas mais eficientes.
Já a BBC News, serviço de notícias da emissora pública do Reino Unido, anunciou o corte de 130 postos de trabalho de jornalistas e 25 profissionais de áreas técnicas, com a meta de economizar 24 milhões de libras (cerca de 28,8 milhões de euros), o que corresponde a cerca de 4% do orçamento anual.
"Com os custos com pessoal a representar 75% do nosso orçamento geral, lamento dizer que a extinção de empregos é inevitável", disse a presidente da BBC News, Deborah Turness, num email aos trabalhadores, citado pelo Eco.
Na mensagem, a presidente do serviço disse que a empresa tem como objectivo eliminar 185 empregos e abrir 55 novas vagas, o que se traduz numa extinção efectiva de 130 postos de trabalho — no caso dos jornalistas.
Recentemente o director-geral da BBC, Tim Davie, alertou para o facto de o Reino Unido estar a ter cada vez mais dificuldade em contrariar as mensagens da propaganda chinesa e russa, devido aos cortes orçamentais que a BBC tem vindo a fazer e que levaram à redução do serviço internacional de notícias.