Os colaboradores do jornal Le Parisien cumpriram uma greve de 24 horas para manifestar a sua oposição ao plano de reorganização apresentado pela direcção do título em Fevereiro, que prevê uma redução de cerca de trinta postos de trabalho. Entretanto, os trabalhadores votaram igualmente a favor de uma moção de censura à direcção editorial e à direcção geral, adianta o Le Figaro. 

A greve foi aprovada com 163 votos a favor e 143 contra, num total de 319 votos.

Por seu lado, a moção de desconfiança sobre a liderança no jornal também foi votada com 245 votos a favor, 77 contra e 4 abstenções, de um total de 326 eleitores, segundo os representantes sindicais.

O jornal Le Parisien, pertencente ao grupo Les Echos-Le Parisien, já tinha sido objecto de um plano de reorganização e redução de efectivos em 2020. A direcção apresenta a situação financeira “muito desfavorável” como justificação para o novo plano: “Nos últimos três anos, temos sofrido todo o impacto da inflação e os nossos custos de produção e de logística continuam a crescer mais rapidamente do que as nossas receitas”. 

A direcção espera implementar gradualmente o seu plano de reorganização durante o segundo trimestre de 2025. A estratégia prevê uma reorganização da redaçcão em torno de “pólos temáticos”: os departamentos de política, ambiente e educação, por exemplo, seriam agrupados num pólo de “vida pública”, enquanto os departamentos de saúde, consumo e imobiliário formariam um pólo de “vida privada”. A direcção do jornal pretende adoptar também uma abordagem web first, ou seja, os artigos serão publicados principalmente na internet.

(Créditos da imagem: Le Parisien)