Evan Gershkovich, repórter do Wall Street Journal (WSJ), detido há mais de um ano na Rússia, foi condenado a 16 anos de prisão por espionagem, noticia a Associated Press (AP).

“O tribunal decidiu considerar que Evan Gershkovich cometeu um crime segundo o artigo 376 do Código Penal russo, e condená-lo a uma pena de prisão de 16 anos, a ser cumprida num estabelecimento prisional de alta segurança”, disse o juiz Andrei Mineyev, citado pela AP.

A sentença foi lida, no passado dia 19 de Julho, num julgamento que aconteceu à porta fechada, devido à natureza “muito sensível” das acusações de espionagem, segundo as autoridades russas.

O jornalista rejeita as acusações e exerceu o direito a uma “última oportunidade de falar” antes do veredicto, disse uma porta-voz do tribunal, citada pelas agências internacionais, noticia o Eco.

Tanto a administração norte-americana como o WSJ, que têm condenado a detenção do jornalista por falta de apresentação de provas que justifiquem as acusações, afirmam que o julgamento é uma “farsa”.

Segundo a imprensa, a sentença poderá abrir caminho a uma eventual negociação de troca de prisioneiros entre os países, hipótese que já vinha sendo levantada. O Kremlin já tinha dito que seria necessário haver um veredicto antes de avançar para esta operação.

“Esta condenação vergonhosa e falsa chega depois de Evan ter passado 478 dias na prisão, detido injustamente, longe da sua família e amigos, impedido de reportar, tudo por fazer o seu trabalho como jornalista”, afirmaram, em comunicado, os responsáveis do WSJ e da empresa Dow Jones, que detém o jornal.

“Continuaremos a fazer tudo o que for possível para libertar Evan e para apoiar a sua família”, acrescentaram.

Também o presidente Joe Biden disse que a sua administração está a “pressionar fortemente para que Evan seja libertado”. “Não cessaremos os nossos esforços para o trazer para casa”, declarou ainda.

Evan Gershkovich, de 32 anos, foi detido em Março de 2023, na cidade russa de Yekaterinburg, durante uma viagem de trabalho, por alegadamente estar a recolher informações scretas sobre a indústria militar russa.

(Créditos da imagem: Captura de ecrã de vídeo no site do WSJ)