Impresa e Media Capital fecham semestre com prejuízo

O Grupo Impresa terminou a primeira metade do ano com prejuízo de 4 milhões de euros, tendo a SIC apresentado lucros de 1,3 milhões de euros, anunciou a empresa em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Já a Media Capital viu os prejuízos baixarem em relação ao primeiro semestre do ano passado, segundo os dados enviados pelo Grupo à mesma entidade.
Impresa com resultados líquidos negativos em linha com 2023
As receitas da Impresa, Grupo que detém a SIC e o semanário Expresso, cresceram, no primeiro semestre de 2024, para 86,6 milhões de euros, um aumento de 0,7% relativamente ao período homólogo em 2023, “impulsionadas pelas vendas de conteúdos e de publicidade”, lê-se no documento. Já os custos operacionais baixaram 1,2%, para 82,1 milhões de euros. O prejuízo está mais ou menos em linha com o do primeiro semestre de 2023, representando uma melhoria de 0,9%.
Apesar do resultado líquido negativo, os resultados antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) cresceram 57,7%, para 4,5 milhões de euros.
Na SIC, o aumento dos lucros foi de 116,7%, quando comparado com os 600 mil euros do primeiro semestre do ano passado. As receitas da SIC aumentaram 1,7%, para 74,6 milhões de euros, devido às vendas de publicidade e conteúdos; e os custos operacionais mantiveram-se relativamente próximos dos valores de 2023, nos 70,1 milhões de euros (mais 0,3%), refere o relatório. “De Janeiro a Maio, a SIC representou 47,1% de quota de mercado do investimento publicitário entre os canais generalistas”, cita o M&P.
Já no Expresso, da Impresa Publishing, baixaram tanto as receitas (menos 7,2%, para 11,2 milhões de euros), como os custos operacionais (menos 9,3%, para 10,3 milhões de euros), tendo o EBITDA aumentado 29,4% para 800 mil euros. Segundo os dados da Associação Portuguesa para o Controlo de Tiragem e Circulação (APCT), citados pela Impresa, o Expresso foi o jornal mais vendido no país, com uma média de 85 mil exemplares por edição entre janeiro e março. No digital, os sites da marca Expresso registaram uma média mensal de 2,3 milhões de visitantes únicos.
Finalmente, no áudio, o Grupo viu a receitar aumentar 76%. O Expresso lançou 14 podcasts, tendo registado um aumento de 77% nos downloads, chegando quase ao 24 milhões de downloads. Os podcasts com mais downloads foram o “Programa Cujo Nome Estamos Legalmente Impedidos de Dizer” (2,8 milhões), “Isto é Gozar Com Quem Trabalha” (2 milhões) e “Contas-Poupança” (2 milhões).
“No segundo semestre, daremos continuidade aos vários projectos em curso”, disse Francisco Pedro Balsemão, acrescentando que o Grupo irá manter a “estratégia de expansão digital e diversificação de fontes de receitas, nomeadamente através da concretização de apostas já anunciadas, como a realização do Tribeca Festival em Lisboa” e a “nova parceria na área da bilhética com a BOL”.
O Eco, citando a Impresa, lembra que, já em Julho, a SIC “concluiu a oferta pública de subscrição de Obrigações SIC 2024-2028 e a oferta pública de troca de Obrigações SIC 2021-2025”, tendo tido uma procura de 54,2 milhões de euros.
Media Capital reduz prejuízo
No primeiro semestre de 2024, o Grupo que detém a TVI e a CNN apresentou um resultado líquido negativo de 2,7 milhões de euros, o que significa uma redução relativamente aos 4,8 milhões de euros de prejuízo apresentados no período homólogo em 2023, ou seja, menos 44%.
Na sua totalidade, as receitas cresceram 10%, para 76,3 milhões de euros, sendo que as receitas com publicidade aumentaram 16%, para 50,5 milhões de euros. Este aumento é reflexo do crescimento “quer no mercado publicitário de canal aberto, onde superou largamente o crescimento de mercado, quer no mercado de publicidade de canais de televisão paga, onde cresceu 40% face aos resultados atingidos no período homólogo”, refere a Media Capital.
Já os gastos operacionais, excluindo amortizações, depreciações, gastos líquidos com provisões e reestruturações, registaram um aumento de 3%, passando de 70,4 milhões de euros, no primeiro semestre de 2023, para 72,6 milhões de euros, nos primeiros seis meses de 2024.
O EBITDA foi de 2,4 milhões de euros, quando comparado com 1,3 milhões negativos no primeiro semestre de 2023.
A Media Capital sublinhou a subida de 50% no consumo do TVI Player, “devido, sobretudo, ao sucesso da novela “Cacau”, aos realities e à recuperação do arquivo de ficção da TVI”, lê-se no documento.
“Vários são os factores externos que contribuíram para o desempenho do primeiro semestre, mas a evolução do mercado publicitário será o mais importante de assinalar. Registou-se um crescimento na televisão paga, mais até do que o negócio digital”, disse o Grupo de media, citado pelo Eco. também dono da CNN Portugal. “Foi, aliás, o comportamento positivo das marcas e dos anunciantes que nos motivou e nos encorajou a lançar um novo canal na televisão paga”, acrescentou o Grupo, que se preparar para lançar mais um canal generalista.