Jornalistas sul-californianos voltam a paralisar em greves intermitentes

Dezenas de jornalistas sul-californianos, vinculados à empresa de investimentos Alden Global Capital, entraram em greve, marcando a terceira paralisação dos media em apenas uma semana.
A Alden é a segunda maior editora de jornais do país, a seguir à Gannett.
Os trabalhadores, representados pelo Southern California News Group Guild – que abrange cerca de 120 jornalistas em 11 jornais – estão a negociar o seu primeiro contrato desde março de 2022.
A greve de 24 horas foi motivada pela falta de progresso nas negociações, com os trabalhadores a alegar que a Alden Global Capital adquire jornais locais apenas para maximizar seus lucros.
"Alguns jornalistas aqui suportaram baixos salários durante décadas porque lhes foi pedido que se sacrificassem em prol das notícias locais", afirmou o vice-presidente do sindicato, Josh Cain, num comunicado de imprensa. "Entretanto, a Alden Global Capital continua a comprar jornais locais, apenas para os esventrar em busca de lucro. Sabemos que esta empresa ganha dinheiro. Tudo o que estamos a pedir é a nossa parte justa".
A greve ocorre após paralisações semelhantes no Law360 e no The Washington Post, com o último caso a resultar num retorno às negociações. O sindicato NewsGuild registou 36 paralisações este ano, reflectindo uma tendência de crescente actividade laboral nos meios de comunicação e outros sectores, sendo considerado por alguns como o "verão das greves quentes" em 2023.