Google “emagrece” editoria de notícias
A Google cortou dezenas de postos de trabalho na sua divisão de notícias esta semana, segundo a CNBC, numa altura particularmente sensível para as plataformas “online” e os editores.
Estima-se que entre 40 a 45 trabalhadores da Google News tenham perdido os seus empregos, de acordo com um porta-voz do Sindicato dos Trabalhadores da Alphabet, que não conseguia referir um número exacto.
Um porta-voz do Google também confirmou os cortes, sem avançar um número, e acrescentou que ainda há centenas de pessoas a trabalhar na área de notícias.
"Estamos profundamente empenhados num ecossistema de informação vibrante, e as notícias fazem parte desse investimento a longo prazo", disse o porta-voz, citado pela CNBC.
"Fizemos algumas mudanças internas para simplificar a nossa organização. Um pequeno número de funcionários foi afectado. Estamos a apoiar todos com um período de transição, serviços de recolocação e indemnização enquanto procuram novas oportunidades na Google e não só".
O Google Notícias apresenta “links” ou ligações para artigos de milhares de editoras e revistas. É um separador popular para as pessoas que utilizam a pesquisa do Google, permitindo-lhes encontrar as histórias “mais bem classificadas” sobre determinado tema que pesquisam.
Recentemente, Thierry Breton, chefe da indústria da União Europeia, exigiu que as empresas, incluindo a Google, tomem medidas mais rigorosas para combater a desinformação à medida que a guerra no Médio Oriente se agrava. Breton enviou cartas específicas ao director executivo da Google, Sundar Pichai, e ao director executivo do YouTube, Neal Mohan, recordando-os dos requisitos de moderação de conteúdos previstos na Lei dos Serviços Digitais da UE.
O porta-voz da Google afirmou que "estas alterações internas não têm impacto no nosso trabalho de desinformação e qualidade da informação no News".
Algumas empresas tecnológicas afirmaram que reforçaram o número de moderadores de conteúdos à medida que se esforçam por combater a desinformação.
Actualmente, o Canadá e outros países estão a estudar leis que obrigariam as plataformas tecnológicas a compensar os editores pelo seu trabalho.
Os cortes no Google News seguem-se a despedimentos generalizados em muitos sectores da empresa este ano.