À medida que a guerra Israel-Hamas se desenrola, os jornalistas devem estar preparados para relatar de forma ética e exacta os seus desenvolvimentos e é por isso que Emma Manring compilou, num artigo do International Center for Journalists, alguns conselhos.

Num webinar recente do Fórum de Reportagem de Crise do ICFJ patrocinado pela Fundação Dow Jones, Michael Lipin, editor da Voz da América, e Steven Youngblood, director do Centro de Jornalismo de Paz Global da Universidade de Park, no Missouri, partilharam conselhos para os jornalistas que cobrem o conflito.

1) Reconhecer perspectivas globais e preconceitos pessoais

Dada a atenção global sobre o conflito e suas implicações geopolíticas, é importante reconhecer as várias posições e as posturas tomadas por países, além do país onde nos encontramos. Os jornalistas precisam de estar conscientes dos seus próprios preconceitos regionais para garantir uma cobertura imparcial.

É importante comunicar directamente os pontos de vista e as respostas dos países. "Esta é a posição da Rússia. Esta é a posição da China, por exemplo. E basta refletir isso factualmente numa história", acrescentou Lipin.

2) Considere o impacto da linguagem e imagens

Os jornalistas devem ter em atenção a linguagem e as imagens utilizadas, especialmente quando se trata de noticiar sobreviventes e traumas. 

Recomenda-se uma linguagem neutra e deve ser dada uma atenção especial à selecção das imagens. O impacto da linguagem, de rótulos (como "terroristas") e dos termos com carga emocional– como "banho de sangue" ou "massacre" –  deve ser ponderado, tendo em conta as definições legais e as potenciais reacções emocionais.

Questões-chave que os jornalistas devem considerar quando seleccionam imagens para incluir nos artigos:

"As imagens sangrentas e horríveis estão a ser usadas porque são necessárias para contar a história?”; 

"Ou estão a ser usadas como clickbait?”;

“Estão a ser utilizadas de uma forma simplesmente sensacionalista?”;

“As imagens e a narrativa são emocionalmente exploradoras?".

Ao retratar sobreviventes e vítimas de trauma, os jornalistas devem ser atenciosos com as perguntas para evitar retraumatizar as vítimas.

3) Diversificar as fontes

Na era da rápida difusão da informação online, os jornalistas devem ter ainda mais cuidado na verificação dos factos e devem combater a desinformação consultando várias fontes credíveis. 

O artigo sublinha a importância de procurar informações em várias fontes fiáveis para obter uma compreensão abrangente e exacta de situações complexas e em evolução.

O tema principal é a reportagem ética e exacta do conflito entre Israel e o Hamas, tendo em conta as perspectivas globais, as escolhas linguísticas, a sensibilidade ao trauma e a necessidade de fontes diversas e credíveis.

Os jornalistas devem falar com pelo menos duas fontes cuidadosamente seleccionadas quando realizam as suas reportagens, disse Lipin.Youngblood concluiu lembrando aos jornalistas e às audiências que devem reconhecer o impacto da sua cobertura: as audiências vão percepcionar e compreender o conflito com base na forma como este