CEO da “Axel Springer” pratica acto de contrição…

O CEO de um dos maiores grupos de media da Europa pediu desculpa, depois de fazer comentários negativos sobre alguns dos seus compatriotas numa série de mensagens privadas controversas.
Mathias Döpfner, CEO e co-proprietário da Axel Springer, usou a palavra "Ossis" - um termo depreciativo para os residentes do leste da Alemanha - e rotulou-os como sendo ou comunistas, ou fascistas.
O CEO também é acusado de pressionar os editores a ajudarem a aumentar as avaliações do partido FDP nas pesquisas.
“Quando estou com raiva ou muito feliz, o meu telemóvel vira um pára-raios”, disse, acrescentando que tinha enviado as mensagens para pessoas “em quem confio muito”.
O jornal Die Zeit teve acesso à maioria das mensagens de texto enviadas por Döpfner aos membros da administração da empresa.
O CEO diz que os seus comentários foram desencadeados pela sua raiva pela grande parte de eleitores no leste da Alemanha, que apoiam o Partido de Esquerda pós-comunista ou a Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema-direita.
Carsten Schneider, comissário do governo para assuntos da Alemanha Oriental, pediu a Döpfner que renunciasse ao seu cargo, dizendo que a sua posição era insustentável.
A editora-chefe do Bild, Marion Horn, diz que as revelações "abalaram" a equipa do jornal e os seus leitores e pediu que Döpfner se desculpasse.
Entretanto, Döpfner já veio lamentar o facto de "ter ofendido, perturbado ou ferido muitos” com as suas palavras, num artigo publicado pelo Bild am Sonntag. “Nem sempre consigo usar o tom de voz correcto ao escrever em mensagens particulares", afirmou.
Döpfner lidera a Springer há cerca de 20 anos e é também o terceiro maior accionista da empresa, com uma participação de quase 22%.
Além de ser a dona do Bild, a Springer também detém o jornal alemão Die Welt.