A Associated Press (AP) está a contestar a decisão da Casa Branca de negar aos seus jornalistas o acesso a uma série de eventos. A 21 de Fevereiro, a agência noticiosa americana anunciou que iria iniciar um processo judicial contra três funcionários da administração Trump: a chefe de gabinete da Casa Branca, Susie Wiles, o seu adjunto, Taylor Budowich, e a porta-voz de Donald Trump, Karoline Leavitt.  

A AP alega que a recusa de acesso a eventos representa uma violação da Primeira Emenda da Constituição dos Estados Unidos, que consagra a liberdade de imprensa e de expressão. “A imprensa e todos os cidadãos dos Estados Unidos têm o direito de escolher as suas próprias palavras e de não serem alvo de represálias por parte do governo”, lê-se na queixa.  

Em resposta, Karoline Leavitt reagiu com um discurso durante um evento republicano, afirmando que o governo enfrentaria a AP no tribunal para garantir que a "verdade e a exatidão" estivessem presentes na Casa Branca. Já Donald Trump atacou a agência, qualificando-a como uma "organização radical de esquerda". 

Recordamos que a AP foi proibida de entrar na Sala Oval e no Air Force One, por tempo indeterminado, por se ter recusado a adoptar o nome “Golfo da América” quando se refere ao Golfo do México. O Presidente americano declarou que esta medida manter-se-á de pé até que a agência aceite a referida terminologia. 

Numa nota editorial, a AP explicou que o decreto que altera o nome do Golfo do México apenas tem autoridade nos Estados Unidos, enquanto o México e outros países e organizações internacionais não são obrigados a reconhecê-lo. “A Associated Press vai referir-se ao Golfo do México pelo seu nome original, ao mesmo tempo que reconhece o novo nome escolhido por Trump”, declara a agência.

(Créditos da imagem: site da Associated Press)