Agência de notícias Lusa mais estatal
As participações da Global Media e da Páginas Civilizadas na Lusa foram adquiridas pelo Estado no passado dia 31 de Julho, que passa, assim, a deter a quase totalidade da agência noticiosa, com 95,86%, noticia o Eco.
Ao somar os 23,36% da Global Media e os 22,35% da Páginas Civilizadas, o Estado, que já era accionista maioritário, com 50,15%, reforçou a sua participação na Lusa.
Segundo o Expresso, o negócio foi fechado por 2,52 milhões de euros, correspondendo 1,3 milhões de euros à percentagem da Global Media e 1,22 milhões de euros à Páginas Civilizadas. “No caso da Global Media, é descontada a dívida à Lusa, no valor de 1 milhão de euros, o que significa que a empresa apenas receberá 268,6 mil euros”, refere o semanário.
No entanto, de acordo com o presidente da Lusa, Joaquim Carreira, o valor da operação “foi ligeiramente inferior ao que tinha sido divulgado” no ano passado, ficando abaixo dos “2,5 milhões de euros”, cita o Observador.
O ministro dos Assuntos Parlamentares, Pedro Duarte, havia já referido que considerava a compra destas acções da Lusa “uma prioridade absoluta”, mas que o Estado não podia “pagar mais do que o preço justo”.
O negócio já estava acordado e aguardava só a saída do World Opportunity Fund (WOF) da Páginas Civilizadas, e por esta via também da Global Media, que se deu quando Marco Galinha recuperou o controlo da Páginas Civilizadas, depois da venda dos títulos da Global Media à Notícias Ilimitadas.
Depois da concretização do negócio, o presidente da Lusa disse que é “prematuro” falar sobre o que poderá ser o novo serviço público da agência noticiosa e defendeu um modelo de governação com “separação de poderes”, dado o reforço da posição maioritária do Estado, cita o Observador.
Joaquim Carreira defende um modelo de governação semelhante ao da RTP, que tem um Conselho Geral Independente (CGI). “Faz sentido que haja uma segregação entre um Conselho de Administração, que é mais do foro executivo, com um órgão institucional que seja de supervisão”, considera.
A Lusa passa, assim, a ter como accionistas o Estado (95,86%), NP — Notícias de Portugal (2,72%), Público (1,38%), RTP (0,03%), e O Primeiro de Janeiro, S.A. e Diário do Minho, Lda. (0,01% cada).
(Créditos da fotografia: Facebook oficial da agência Lusa)