A dívida da Trust in News (TIN) foi avaliada em 32,25 milhões de euros, dos quais 53% são referentes a dívidas ao Estado, noticiou o Jornal de Negócios, citando a plataforma Citius, do Ministério da Justiça.

O Grupo de Luís Delgado, que detém 16 órgãos de comunicação social, entre os quais as revistas Visão, Exame, Caras e Courrier International, recorreu, em Maio de 2024, ao Processo Especial de Revitalização (PER), um regime que permite a uma empresa numa situação iminente de insolvência renegociar as dívidas com os credores.

De acordo com a lista provisória de credores publicada pelo administrador judicial, no dia 5 de Julho, no total, a TIN deve dinheiro a 180 entidades.

O Estado é o maior credor, estando em causa uma dívida de 17 milhões de euros — 8,9 milhões de euros à Segurança Social e 8,1 milhões ao Fisco.

Da lista de credores fazem também parte a Impresa (4,2 milhões de euros), a quem Luís Delgado comprou as publicações em 2018, o Novobanco (3,5 milhões de euros), CTT (1,86 milhões de euros), BCP (717 mil euros), Associação Portuguesa de Imprensa (36,3 mil euros), Lusa (27,57 mil euros), Reuters (25,4 mil euros), APCT — Associação Portuguesa para o Controlo de Tiragem e Circulação (21 mil euros), Sport Lisboa e Benfica (8,8 mil euros), ANJE (4,3 mil euros), Cláudio Ramos Unipessoal (3,4 mil euros), Misericórdia do Porto (2,3 mil euros) e Facebook (480 euros), lista o Eco.

A empresa unipessoal de Luís Delgado, que emprega 171 pessoas, apresentou um plano de recuperação para o pagamento destes valores.

Nesse plano, o empresário e ex-jornalista propõe pagar as dívidas ao Estado em 150 prestações mensais.

“Já aos bancos e restantes credores, propõe-se pagar, após 24 meses de carência, 55% do capital em prestações mensais entre o 25.º e o 179.º mês, liquidando os remanescentes 45% na 180.ª prestação”, ou seja, daqui a 15 anos, refere o Jornal de Negócios.

Aos fornecedores é pedido "perdão total de juros de mora vencidos e vincendos".

Uma vez que "não é proprietária de quaisquer bens móveis ou imóveis", a TIN tem apenas as marcas para, “em processo de liquidação de ativos, tentar recuperar algum dinheiro”. Assim, o Estado poderá perder 17 milhões de euros, caso a empresa entre em processo de falência.

O prazo para as negociações com os credores estende-se até 15 de Setembro, podendo ser prorrogado até 15 de Outubro.

Recorde-se que, segundo o site da TIN, a empresa tem um capital social de 10 mil euros.

(Créditos da fotografia: site da Visão)