O Grémio Literário perdeu o seu Presidente
Com a sua morte desapareceu, também, um homem há muito ligado aos media, tendo presidido, em tempos difíceis, a administrações do Diário de Noticias e da RTP.
Advogado de profissão, há muito que se dedicava ao Grémio Literário, uma casa de Cultura, de inspiração queiroziana, que fez também sua, em muito contribuindo para a recuperação de uma instituição prestigiada que estava em acelerado declínio, até ter sido eleito para a sua Direcção.
Durante a presidência de José Macedo e Cunha foi retomada a atribuição do histórico Prémio Grémio Literário, em 2005, que, na edição de 2014, distinguiu a historiadora Maria de Fátima Bonifácio pela obra "Um homem singular - Rodrigo da Fonseca Magalhães 1787-1858", publicada pelas Edições Dom Quixote.
O Grémio Literário foi criado por carta régia de D. Maria II, em 18 de abril de 1846, com a finalidade de ser uma associação ligada à cultura das letras e pela "ilustração intelectual concorrer para o aperfeiçoamento moral".
O Grémio teve, entre os seus fundadores, as duas principais figuras do Romantismo nacional, o historiador Alexandre Herculano (Sócio n.º 1) e o poeta e dramaturgo Almeida Garrett, assim como personalidades da vida política do liberalismo como Rodrigo da Fonseca (que redigiu os estatutos), Fontes Pereira de Melo, Rodrigues Sampaio, Sá da Bandeira, Anselmo Braamcamp e o duque de Loulé.
O Grémio, que tem mais de um século e meio de existência, foi nomeado membro honorário da Ordem de Santiago da Espada (1996), sendo já titular da Medalha de Honra da Cidade de Lisboa (1987).