O Prémio Vasco Graça Moura - Cidadania Cultural, no valor de 40 mil euros, é uma iniciativa da Estoril Sol, em parceria com o grupo editorial Babel. Segundo o júri do galardão, citado pela agência Lusa, José Carlos de Vasconcelos é “um raro exemplo de persistência na imprensa portuguesa de âmbito cultural”.

 

O júri, presidido por Guilherme d’Oliveira Martins, valorizou o percurso biográfico de José Carlos de Vasconcelos, que “ilustra bem o papel muito relevante que sempre desempenhou e desempenha  - como advogado e homem de leis, como poeta e escritor, como jornalista e interveniente activo na valorização da língua, da literatura, das artes e ideias”.

 

Natural de Freamunde, concelho de Paços de Ferreira, José Carlos de Vasconcelos iniciou a actividade jornalística e cultural na Póvoa de Varzim e, em 1960, publicou o primeiro livro de poemas.

Licenciou-se em Direito na Universidade de Coimbra, onde foi dirigente associativo, chefe de redacção da Via Latina, fundador e presidente do Círculo de Estudos Literários, actor no Teatro de Estudantes da Universidade de Coimbra, membro da direcção do cine-clube local e chefe de redacção da revista Vértice.

 

Como jornalista, trabalhou no Diário de Lisboa e, depois do 25 de Abril, fez parte da direcção do Diário de Notícias e da direcção de informação da RTP, onde fez o programa literário “Escrever é Lutar”. Foi também um dos fundadores do semanário O Jornal e seu director, bem como da revista Visão, e presidiu à Assembleia Geral do Sindicato e do Clube dos Jornalistas, assim como à direcção deste último.

 

Como advogado, defendeu presos políticos e jornalistas, participou em iniciativas cívicas contra a ditadura [anterior ao 25 de Abril de 1974] e, após a revolução de Abril, fez parte da Comissão do Livro Negro sobre o Regime Fascista; foi ainda deputado à Assembleia da República e presidiu à Comissão Parlamentar Luso-Brasileira.

 

José Carlos de Vasconcelos publicou dez livros de poesia, três infanto-juvenis, um de entrevistas chamado Conversas com José Saramago e outro intitulado Lei de Imprensa/Liberdade de Imprensa. O poeta, jurista e jornalista recebeu já “todos os prémios de carreira do jornalismo português” e o Prémio Cultura, da Fundação Luso-Brasileira.

 

Além de Oliveira Martins, que presidiu, o júri foi constituído por Maria Alzira Seixo, José Manuel Mendes, Manuel Frias Martins, Maria Carlos Gil Loureiro, Liberto Cruz e, ainda, por José Carlos Seabra Pereira, em representação da editora Babel, e Nuno Lima de Carvalho e Dinis de Abreu, pela Estoril Sol.

A cerimónia da entrega do prémio a José Carlos de Vasconcelos “será anunciada oportunamente”, segundo fonte da Estoril Sol.

 

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