Conteúdos patrocinados inquietam listas de candidatos à CCPJ
A era digital fez-se acompanhar de diversos desafios para o jornalismo, uma vez que vários títulos registaram uma quebra acentuada nas suas receitas publicitárias e de circulação.
Conforme apontam diversos especialistas, este problema foi acentuado pela partilha ilegal de conteúdos nas redes sociais, que, ao disseminarem os conteúdos noticiosos por milhares de leitores, prejudicaram as receitas das publicações jornalísticas.
Assim, os jornais foram obrigados a apostar em novas formas de garantir a sua sustentabilidade financeira, destacando-se, neste âmbito, os “conteúdos patrocinados”.
Contudo, este novo tipo de publicidade mostrou ser um “presente envenenado", uma vez que prejudicou o nível de percepção de confiança do jornalismo.
Este fenómeno transformou-se, assim, numa preocupação para diversas associações de “media”, bem como para as duas listas que vão disputar a eleição dos representantes dos jornalistas na Comissão da Carteira Profissional de Jornalistas (CPJ), que vieram, agora, sugerir a aplicação de novas medidas, de forma a combater esta realidade.
Perante este cenário, a lista A, liderada por Jacinto Godinho (RTP), tem entre as suas propostas, “lutar para que as práticas comerciais, com as suas ferramentas de ‘marketing’ agressivo disfarçadas de jornalismo, não destruam a credibilidade do jornalismo português”.
Já a lista B, encabeçada por Tânia Laranjo (“Correio da Manhã”/CMTV), denuncia a “invasão galopante de narrativas comerciais, acobertadas por uma cosmética de géneros jornalísticos, em espaços puramente editoriais”.
Janeiro 22
Assumindo-se como uma lista de continuidade, a lista A destaca, ainda que, no último mandato da CCPJ, assistiu-se ao combate, por parte do organismo, “contra os conteúdos patrocinados feitos ilegalmente por jornalistas”, tendo passado “a analisar com muito mais rigor todas as formas de publicidade disfarçadas de jornalismo, muitas delas a coberto de um autoproclamado jornalismo de ‘lifestyle’”.
Por sua vez, os candidatos da lista B consideram que os “jornalistas não podem ficar dependentes dos interesses e das exigências dos grandes anunciantes”, enquanto se assiste à transferência do “poder próprio das direcções editoriais para as administrações e direcções comerciais''.
A eleição para o triénio 2022/2025 decorre nos dias 17, 18 e 19 de Janeiro de 2022, por votação “online”, e no dia 19 de Janeiro por votação presencial.
Nestas eleições, Jacinto Godinho é acompanhado na lista A por Anabela Natário, Miguel Alexandre Ganhão, Isabel Magalhães, assim como pelos suplentes Manuela Goucha Soares, Miguel Santos, Ana Baião e António Marujo.
Já a lista B, conta com, além de Tânia Laranjo, os jornalistas Luís Pedro Sousa, Magali Pinto, Carlos Rodrigues Lima, a quem se juntam os suplentes Liliana Rodrigues, Luís Oliveira, Manuel Jorge Bento e Ana Palma.
Actualmente, a presidência da CCPJ é exercida por Leonete Botelho.
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