A crise nos “media” e os seus ensinamentos
1.
Quando o tema de fundo de um ensaio respeita aos media e ao jornalismo, o embaraço é o da escolha. Por onde começar?
Pela crise que contamina o sector, com insolvências confirmadas em várias empresas editoriais com nome na praça?
Pela precariedade crescente da profissão de jornalista, sujeita a baixos salários e a uma crescente exigência de quem manda, assente no desequilíbrio entre oferta abundante e a procura escassa?
Pela politização continuada dos jornalistas, à pala do “jornalismo de causas”, graças ao desequilíbrio ideológico vigente nas redacções, favorável às esquerdas?
Pela concorrência da inteligência artificial, que ganha terreno e se insinua já em vários grandes jornais europeus e americanos, com quotas de intervenção que já não são despiciendas?
Pelo declínio em Portugal da Imprensa escrita, mesmo de títulos de referência, tanto de âmbito nacional como regional e local?
Pelo populismo ampliado da informação televisiva, cujos principais blocos noticiosos seguem alinhamentos semelhantes, imitando-se uns aos outros, mais parecendo, não raramente, parentes dos reality shows?
Pela importância crescente das chamadas redes sociais no consumo de informação, sobretudo por parte dos mais jovens, sem filtros nem controlo dos múltiplos esquemas de desinformação?
Fiquemos por uma versão simplificada, focados nos contornos mais relevantes do problema.
2.
Fala-se muito da actual crise dos media como se esta não estivesse há muito anunciada. E estava.
No caso da Imprensa, quem acompanhasse regularmente o trabalho da APCT-Associação Portuguesa para o Controlo de Tiragens teria reparado, com certeza, no afundamento progressivo da circulação dos principais jornais e revistas, mesmo dos títulos mais antigos ou conhecidos e, até, da Imprensa desportiva.
Alguns exemplos: o Expresso vende hoje em banca metade do que já vendeu, embora compense, em parte, as perdas em circulação com as assinaturas digitais; o Correio da Manhã é o que mais vende - embora em queda continuada -, mas é fraco em assinaturas; o Público é o contrário - fraco em banca, mas líder nas assinaturas digitais; já o centenário Diário de Notícias tem uma venda residual em banca e as assinaturas seguem pelo mesmo caminho.
No Porto, o Jornal de Notícias não conseguiu inverter a tendência de erosão em suporte papel, e tem resultados frouxos nas assinaturas digitais.
Acrescente-se no capítulo exclusivamente digital o Observador, que, apesar de não ser auditado pela APCT, reivindica cerca de 30 mil assinantes.
Daqui se conclui que o declínio da Imprensa em suporte tradicional de papel é inegável, se atendermos aos valores de circulação auditados.
E, ressalvadas as poucas excepções referenciadas, verifica-se na maioria dos títulos uma evolução tímida das assinaturas digitais, tanto em relação aos jornais de circulação nacional como regional.
3.
A Imprensa começou por sofrer o impacto da informação televisiva desde que se verificou a abertura aos privados, ao tempo do governo de Cavaco Silva, e floresceram os canais temáticos por cabo, com actualização permanente das notícias e a introdução dos “directos” de um modo quase obsessivo.
Seguindo uma prática já existente em algumas rádios, as novas televisões, aperfeiçoaram figurinos noticiosos, tornados mais frequentes e ocupando largas faixas da programação.
Depois, com o incremento da internet, e o aparecimento de projectos editoriais exclusivamente digitais - citemos, em Portugal, as apostas bem-sucedidas do generalista Observador ou do económico Eco -, a imprensa em papel mais se ressentiu, perdendo espaço e influência, tanto a nível de circulação nacional, como regional, onde se supunha haver um nicho de mercado com maior resiliência.
É óbvio que esta mudança de paradigma, de que não temos o exclusivo, só surpreendeu os incautos ou distraídos.
Mas, entre nós, teve um impacto superior, desde logo por sermos um pequeno País onde sempre se leu pouco, desde jornais a livros, e onde se verificou a convergência de dois males: um jornalismo pós-25 de Abril demasiado politizado e enfeudado a “causas” na moda; e empresários pouco escrupulosos ou com um deficiente conhecimento do sector, que desembarcaram no universo dos media, ávidos de visibilidade e prontos a realizarem mais-valias de oportunidade.
Por isso, o resultado não poderia ser mais desastroso e espelha-se nas falências à vista, em mais do que uma empresa ou Grupo.
As receitas deterioraram-se muito rapidamente, facto agravado pela concorrência das grandes plataformas digitais, que absorvem boa parte da publicidade.
Claro que essas plataformas não afectam apenas as receitas publicitárias da Imprensa, disputando, igualmente, os proveitos da rádio e da televisão, e, nesta, com a concorrência assanhada do “streaming”, e a vasta oferta de canais de entretenimento, polvilhados de anúncios.
De todos os veículos convencionais é, ainda, a Rádio o meio que tem resistido melhor ao impacto do digital e da imagem em diferentes suportes, por ser a companhia habitual no automóvel, seja em viagem, seja no complexo trânsito urbano.
Nas “horas de ponta” - e estão a alargar-se -, o auto-rádio vai sempre ligado, quer para nos habilitar com informações sobre o trânsito ou sobre o mundo, quer para nos oferecer a música ou palavra de gente que gostamos de ouvir.
De acordo com um estudo recente (Bareme Rádio da Marktest) , embora se verifique um crescimento significativo na utilização do telemóvel - que duplicou desde 2014 -, é ainda no automóvel que os portugueses ouvem mais rádio, de forma destacada, com uma estimativa superior a 6,5 de milhões de utilizadores, o que representa 77,9% dos residentes no Continente com 15 e mais anos.
E assim vai continuar, observando-se, inclusive, um apreciável ressurgimento do interesse pela rádio, traduzido em movimentações de investidores, envolvidos na aquisição de antigas frequências locais e regionais, quer para expansão de marcas existentes, quer para o lançamento de novas marcas.
Um dos fenómenos mais inovadores é a Rádio Observador, a caminho de ter audiência nacional, a par do lançamento do Correio da Manhã Rádio, amplificando o portefólio multimédia do Grupo, onde já se incluem jornais e televisão por cabo.
Este dinamismo pontual não desmente, contudo, a crise que progride na comunicação social portuguesa, nem diminui a ameaça real que paira sobre o sector.
Costuma dizer-se, e bem, que uma democracia para ser saudável exige um escrutínio activo e uma vigilância de perto, exercidos por uma imprensa forte, num sistema mediático globalmente robusto e descomprometido.
E é quase tudo o que nos falta, sendo preocupante ouvirem-se apelos desesperados a pedir a intervenção do Estado para salvar empresas editoriais em dificuldades.
Nesta, como noutras matérias, nem o eventual apoio do Estado é inocente, nem há almoços grátis…
4.
Há quem já pense que o jornalismo está a suicidar-se. O diagnóstico é severo. Não irei tão longe. Mas é inquestionável que a profissão está a ser vítima de um processo de descredibilização, cuja responsabilidade não exclui os próprios jornalistas.
Um investigador brasileiro na área das Ciências de Comunicação e do jornalismo, Carlos Castilho, escreveu há bem pouco tempo que “as manchetes de notícias ganharam na era da avalanche informativa um papel fundamental na comunicação jornalística, porque a maioria das pessoas se limita a ler os títulos e aceder a fotos por duas questões práticas: excesso de informações e escassez de tempo para absorvê-las”.
E lembrava que “as pessoas não têm mais tempo para destrinçar cada notícia, para separar verdades, meias verdades e mentiras.”
E assim, “a contaminação da opinião pública por notícias falsas e desinformação tende cada vez mais a acontecer via manchetes de notícias, o que aumenta a responsabilidade de editores sobre a produção de títulos e de chamadas de matérias jornalísticas”.
Quem tenha acompanhado as recentes eleições americanas terá verificado isso mesmo, além de uma demonstração da parcialidade que corrói o antigo prestígio do jornalismo.
A maioria dos despachos dos enviados especiais portugueses, bem como dos correspondentes locais, apontavam no sentido de que os dois candidatos presidenciais estariam praticamente empatados nas intenções de voto, com uma suposta vantagem da candidata democrata em vários Estados decisivos.
Os comentadores e analistas pronunciavam-se no mesmo sentido, reforçando a convicção de que Kamala estava a um passo de levar Trump “ao tapete”…
Sabemos hoje como essas leituras eram equívocas e instrumentalizadas e como, afinal, o candidato republicano obteve uma vitória histórica, reeleito com larga folga sobre a candidata democrata.
É certo que a narrativa jornalística estava apoiada no erro repetido de muitas sondagens, que teimavam num empate técnico que não existia.
E a derrota das sondagens verificou-se, também, porque os institutos especializados se politizaram, inquinando os inquéritos e amostras com critérios pouco ou nada científicos, ficcionando ou subvertendo a realidade.
Daí, a perda de confiança nas empresas de sondagens, algo que se verifica igualmente em Portugal.
Os jornalistas, tal como os especialistas em sondagens, passaram a obedecer, tendencialmente, a credos ideológicos muito tipificados, e, quando falham, como aconteceu mais uma vez, são incapazes de assumir o erro, defendendo-se com as mais obtusas explicações para o seu discurso e previsões enganosas.
Explicou Jaime Nogueira Pinto, num recente artigo publicado no Observador, que “são estes valores, nas suas versões modernas, o valor da Liberdade da Nação e na Nação, que os americanos e os europeus estão a redescobrir pelas consequências da sua ausência nas suas vidas. Mas como os grandes media e algumas elites continuam aparentemente intocados pelos sucessivos embates com esta e outras realidades, o mais certo é que continuem a saltar de surpresa em surpresa e de luto em luto”.
Esses “lutos” remetem-nos para outra anomalia profunda do jornalismo dos nossos dias.
É a confusão instalada entre a informação e a opinião, com recurso assíduo a fontes não identificadas. Ou seja: aquilo que deveria ser uma excepção passou a ser quase uma regra.
Então nas gerações mais jovens de jornalistas, saídos das universidades já com uma forte bagagem ideológica, essa tendência é galopante.
Basta ler o que se escreve ou ouvir o que se diz nas televisões e rádios, para concluir, sem dificuldade, que o jornalismo se viciou tanto na política como no comentário, abdicando do seu papel nuclear de informar, com rigor e isenção.
Os textos editados são amiúde a expressão, não daquilo que o jornalista viu, mas, sim, daquilo que o jornalista “quis” ver.
A concorrência depois faz o resto, com os ingredientes habituais de sensacionalismo, transformando os principais blocos noticiosos das televisões num alinhamento com duração saturante, superior a uma hora, intercalada de ecrãs publicitários, excessivos também.
Por seu lado, a Imprensa uniformizou-se, seguindo padrões que a aproximam muito, ou replicam mesmo, os chamados jornais tabloides.
As consequências aprofundam o lastro da desconfiança, não sendo de estranhar, por isso, a deriva do mercado da informação, onde os consumidores mais jovens e escolarizados preferem alternativas, nem sempre as mais fiáveis.
5.
Vem a propósito citar um estudo do Reuters Digital News Report que publicou, entretanto, o relatório anual do Reuters Institute for the Study of Journalism, incluindo informação sobre Portugal. Em 2024, participaram 47 mercados de notícias, abrangendo, também, o nosso País.
De acordo com o documento, na análise e interpretação final dos dados recolhidos, concluiu-se que:
"Os portugueses mostram-se mais preocupados com o que é real ou falso na Internet (72%) do que a média global dos países analisados (59%), embora a tendência deste indicador seja de crescimento em ambos os casos”. Em termos globais, a preocupação com o que é real e falso 'online' aumentou três pontos percentuais este ano face a 2023.
Entretanto, para os portugueses o tipo de desinformação mais pressentida é sobre política.
A saturação com notícias aumentou, ainda este ano, nove pontos percentuais comparativamente a 2023, com mais de metade dos portugueses inquiridos a concordarem com a afirmação de que “estou saturado com a quantidade de notícias que há hoje em dia”.
São questões novas, inimagináveis há bem pouco tempo. Basta lembrar que foi apenas em 1991, quando as atenções estavam concentradas na queda da União Soviética, que, discretamente, a World Wide Web - ou Rede Global - ficou acessível a toda gente, inaugurando a Internet tal como a conhecemos hoje.
Isso mesmo vem descrito, com grande pormenor, num livro recém-editado em Portugal, “A Era das Revoluções”, da autoria de Fareed Zakaria, jornalista e apresentador de um programa famoso de informação e de análise da CNN americana sobre assuntos internacionais.
Escreve Zakaria que na década de 1990 “nenhum país tinha sequer 1% da sua população a utilizar a internet. Actualmente, 93% dos americanos estão online, tal como cerca de 70% dos asiáticos e dos habitantes do Médio Oriente. Mesmo nas regiões menos desenvolvidas do mundo, como a África Subsariana e o Sul da Ásia, cerca de um terço da população utiliza a internet. Todos os dias são enviadas 300 mil milhões de mensagens de correio eletrónico por mais de 4 mil milhões de utilizadores em todo o mundo”.
Na Europa, segundo as estimativas mais fiáveis, tem-se registado um progresso semelhante no acesso à internet, tanto por parte de populações rurais como urbanas.
Com o 2024 quase a despedir-se, o Eurostat divulgou uma análise comparativa, com dados do ano passado, apurando que 95% dos lares europeus em cidades dispõem já de acesso à internet, uma percentagem não muito diferente daquela que foi possível apurar para as áreas rurais (91%).
A mesma pesquisa posiciona Portugal como um dos dez países da União onde no final do ano passado a internet chegava a menos de 90% dos agregados familiares das zonas rurais. Pior do que Portugal, onde o acesso à internet em zonas rurais chegava a 79,9% das famílias, só a Grécia (78,5%).
Quanto aos portugueses que nunca usaram internet, e de acordo com a Anacom, são 16% da população, contra 8% na União Europeia.
Curiosamente, ainda segundo o Eurostat, enquanto em média 96% dos jovens europeus usavam a Internet diariamente, comparando com 84% da população adulta, Portugal é um dos sete países - juntamente com Malta, Luxemburgo, Chéquia, Lituânia, Eslovénia e Letónia - a registar valores na ordem dos 99%.
Por tudo isto, sumariamente descrito, pode imaginar-se o impacto da instantaneidade da informação, veiculada através da Internet, que se introduziu no nosso modo de viver e que mudou radicalmente a nossa forma de receber e de reagir à notícia.
Longe vai o tempo em que os portugueses esperavam pela chegada do seu jornal, fosse nos grandes meios urbanos ou na província, onde esse comportamento era ainda mais substantivo.
O desenvolvimento acelerado do digital e do audiovisual, servido por equipamentos cada vez mais sofisticados, colocando literalmente a notícia à distância de um click do consumidor, alterou muitíssimo o perfil do mercado e a lógica relacional.
A oferta dos novos media cresceu exponencialmente, e não apenas em Portugal, com as soluções digitais a imporem-se e a disputarem o mercado aos media tradicionais.
6.
Poderia ficar por aqui. Mas há um novo e contagiante fenómeno que tem vindo a ganhar terreno de uma forma célere.
Trata-se de uma originalidade portuguesa - beneficiária da multiplicidade de canais de informação, que precisam de preencher as emissões -, e que estará a beirar, também, a saturação, que é o abuso de comentadores, designadamente, nas áreas política e desportiva.
Reconheça-se que é uma originalidade que, pelo menos no tocante à política, contribui para a saturação do espaço público.
O pioneiro foi, sem dúvida, Marcelo Rebelo de Sousa, que descobriu nos media a sua vocação de comunicador, fora do âmbito mais restrito da Universidade, onde já se distinguira nessas qualidades.
Depois dele, a quantidade de políticos que hoje se dedica, afanosamente, ao comentário, em especial nas televisões, é uma singularidade sem paralelo em qualquer outro país.
São poucos os ex-governantes que não passaram (ou que ainda permanecem) pelos estúdios televisivos, quer integrados em painéis, quer a solo, convertendo os jornalistas seus interlocutores em “bengalas” passivas, na lógica de um conjunto de perguntas previamente combinado.
O debate político transferiu-se para as televisões, a ponto de vermos agora autarcas, deputados e eurodeputados em funções serem apresentados como “comentadores” com o maior impudor. É uma realidade, no mínimo, manipuladora.
E não faltam, também, entre esses políticos, arvorados em “comentadores”, aqueles que o fazem para não serem esquecidos ou para ganharem estatuto no espaço público, que lhes sirva depois de alavancagem para a prossecução das suas ambições.
O desfile de “políticos-comentadores” nas televisões, generalistas ou temáticas, ombreia, aliás, com os entendidos em futebol, que enxameiam a antena, ocupando um tempo superlativo.
Neste contexto, o jornalismo poderia marcar a diferença, se não houvesse tantos profissionais mais empenhados em servir a “sua verdade”, moldando os acontecimentos a essa interpretação comprometida, em vez de testemunharem os factos e relatarem-nos com isenção.
Dantes, o jornalismo queixava-se da Censura oficial e lutava contra as mordaças que lhe impunham.
Hoje, meio século depois do 25 de Abril, que nos restituiu as liberdades, confirmadas e consolidadas no 25 de novembro, o jornalismo deixou-se enfeitiçar, em não raros casos, pelo jogo político ou pelas modas do género ou do wokismo militante, plantados nas redacções. Escrevo-o com mágoa.
Se esta confusão persistir, ficaremos progressivamente mais pobres e menos informados e mais dependentes de “iluminados” que nunca prenunciam nada de bom.
Ou dependentes da inteligência artificial, que já chegou às redacções, por enquanto numa versão limitada e experimental, mas com potencialidades enormes, tanto para servir a informação como a desinformação.
Quando a situação internacional se deteriora e nos aflige; quando a maioria das actuais lideranças políticas nos parecem débeis e incapazes de um “golpe de asa”; ou quando percebemos a emergência de novos autocratas, à esquerda e à direita, admiradores de soluções autoritárias, seria imperativo que o jornalismo se reencontrasse, recuperando valores e princípios dos quais nunca deveria ter-se afastado.
Quero acreditar que esta concepção de jornalismo responsável terá ainda condições para vingar e de se impor, neutralizando as “ervas daninhas” que têm vindo a corroer e a enfraquecer a profissão.
Muitos jornalistas deram a vida por estes ideais. É urgente seguir os seus exemplos na luta por uma informação independente, como mediadores activos num mundo, muitas vezes às avessas, em litígio com a verdade.
O escritor Mario Vargas Llosa, que assinou durante 33 anos uma crónica no “El Pais”, escreveu há cerca de um ano, ao despedir-se do jornal, que, “se o jornalista renuncia à sua obrigação de dizer a verdade, essa é a fonte de onde derivam todos os males da imprensa”. Teve e tem razão.
O verdadeiro jornalismo é insubstituível em Democracia. E um antídoto para tentações totalitárias. Desde que saiba antecipá-las. Porquanto, se instaladas, o seu enfrentamento e remoção serão sempre complexos e demorados.
O jornalismo, quando exercido com capacidade de escrutínio sobre os eventuais abusos dos poderes do dia, é inseparável da Democracia. Diria mesmo que é a alma da Democracia.
Dinis de Abreu
(jornalista)