Fotógrafo Thomas Struth em Lisboa para receber Prémio Europeu Helena Vaz da Silva

A cerimónia de entrega do Prémio Europeu Helena Vaz da Silva para a Divulgação do Património Cultural ao fotógrafo alemão Thomas Struth, vencedor da edição deste ano, decorreu no passado dia 21 de Outubro, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
Este galardão visa prestar homenagem à “excepcional contribuição de um dos maiores fotógrafos do nosso tempo para a promoção do património cultural e dos valores europeus”, lê-se no site do Centro Nacional de Cultura, organização que, em 2013, instituiu o Prémio, em colaboração com o Clube Português de Imprensa (CPI) e a Europa Nostra.
O Prémio tem, ainda, o apoio do Ministério da Cultura, do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal, da Fundação Calouste Gulbenkian e do Turismo de Portugal.
A cerimónia da entrega do Prémio contou com intervenções de Guilherme d'Oliveira Martins, pela Fundação Gulbenkian, de Maria Calado, pelo Centro Nacional de Cultura, e ainda de António Feijó, presidente da Gulbenkian, que procedeu à apresentação do perfil do vencedor, Thomas Struth.
Na cerimónia, foi também atribuído um Reconhecimento Especial à bailarina cipriota Ioanna Avraam. Nas palavras do Júri, “através da sua arte, Ioanna Avraam contribui para a promoção do património cultural intangível, promovendo valores como a liberdade, a igualdade e o respeito pela diversidade”.
Tanto Thomas Struth como Ioanna Avraam intervieram, também, para situar a natureza do seu trabalho excepcionalmente marcante, assim considerado a nível europeu.


A entrega dos prémios, cujo vídeo está disponível online, contou com uma mensagem enviada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na sessão de encerramento.
Thomas Struth revela o que muitos não vêem
Thomas Struth é reconhecido pela sua obra fotográfica desde a década de 1970. O fotógrafo é movido pela ideia de que a arte deve “mostrar o que os outros não vêem”.
O artista começou por fotografar paisagens urbanas, “evitando sempre locais conhecidos e atracções turísticas”, referia o comunicado de anúncio do Prémio.
No final dos anos 1980, começou a fazer retratos de família, tendo deixado uma marca pessoal forte nesse campo.
Mais recentemente, Struth esteve dedicado ao projecto Nature & Politics, centrado em fotografias na Organização Europeia para a Investigação Nuclear (CERN) e no Leibniz Institute for Zoo and Wildlife Research (IZW), “dois dos centros de investigação científica mais prestigiados do mundo, onde a escala e a complexidade da experimentação escapam à maioria de nós”.
Até à data, os laureados com o Prémio Europeu Helena Vaz da Silva para a Divulgação do Património Cultural foram: Jorge Chaminé, presidente do Centro Europeu da Música (2023), a maestrina ucraniana Oksana Lyniv (2022), a coreógrafa de dança contemporânea belga Anne Teresa De Keersmaeker (2021), o poeta português e bibliotecário da Biblioteca do Vaticano José Tolentino Mendonça (2020), a física italiana Fabiola Gianotti (2019), a historiadora e locutora britânica Bettany Hughes (2018), o cineasta alemão Wim Wenders (2017), o cartoonista editorial francês Jean Plantureux, conhecido como Plantu, e o filósofo português Eduardo Lourenço (ex aequo, 2016), o músico e maestro espanhol Jordi Savall (2015), o escritor turco e Prémio Nobel Orhan Pamuk (2014) e o escritor italiano Claudio Magris (2013).