Portugal é o país onde mais cidadãos afirmam ter sido expostos a notícias falsas, liderando a percepção da desinformação entre os sete mercados analisados pelo Relatório Global de Consumo 2025, elaborado pela agência internacional Marco. 

De acordo com o estudo, 85% dos portugueses dizem já ter contactado com fake news, uma percentagem significativamente superior à registada em Espanha, França, Itália, Alemanha, México e Brasil. 

A investigação, realizada entre Maio e Junho de 2025 e que envolveu 4598 participantes, revela que Portugal e Espanha são os países onde existe uma maior sensibilidade e desconfiança relativamente à veracidade das notícias, enquanto França, Itália, Alemanha e Brasil apresentam índices de preocupação mais baixos. 

Didier Lagae, fundador e presidente da Marco, afirma que “a confiança se tornou a nova moeda da comunicação”, salientando que marcas, instituições e meios de comunicação têm hoje o desafio de investir em informação transparente, verificável e credível. 

Quanto às fontes de informação, os portugueses continuam a demonstrar uma clara preferência pelos meios tradicionais. A televisão mantém-se como principal canal de informação (13,6%), seguida da rádio (11,4%). Contudo, as plataformas digitais estão a ganhar importância, com os jornais online (10,8%) e o WhatsApp (9,9%) a consolidarem-se como meios relevantes no consumo de notícias. 

O relatório destaca ainda que o WhatsApp ocupa já o segundo lugar em termos de confiança como fonte de informação, apenas atrás da televisão. Este dado reflecte o peso crescente das redes sociais e das plataformas de comunicação privada no ecossistema mediático. O YouTube e os jornais digitais surgem nas posições seguintes, reforçando a tendência de consumo de conteúdos em formato vídeo e digital. 

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