Depois da morte de Silvio Berlusconi, aos 86 anos, a família disputa agora por uma herança que a Forbes quantifica em cerca de 8.600 milhões de euros, incluindo meios de comunicação social. Os três filhos do segundo casamento de Berlusconi querem lutar contra os dois do primeiro, que por sua vez têm interesses próprios e podem liderar uma guerra que, se ocorrer, “poderá comprometer o futuro da Mediaset España”, refere o jornalista Chris Lawrence num artigo detalhado sobre o tema.

Silvio Berlusconi casou-se em 1965 com Carla Dall'Oglio, com quem teve dois filhos: Marina Berlusconi e Pier Silvio Berlusconi. A primeira é chairwoman da Fininvest, Grupo proprietário da Mediaset e o segundo é o accionista maioritário da Fininvest e administra a Mediaset.

Silvio e Marina preparam-se agora para defender os seus interesses contra os filhos do segundo casamento de Berlusconi com Verónica Lario, de seus nomes, Bárbara, Eleonora e Luigi.

Este trio pretende vender a Mediaset, segundo suspeitam os investidores.

Não se sabem quais as advertências que o ex-primeiro-ministro italiano deu ao filho Pier Silvio, que, após a morte do pai, mostrou-se disposto a procurar o crescimento da empresa aos trabalhadores da Media For Europe. Mas alguns analistas acreditam que na realidade, esse sonho servirá para esconder movimentos especulativos, bolsistas, empresariais e de domiciliação fiscal muito mais interessantes, tendo em vista a demonstração de resultados ou uma possível venda da holding a um preço elevado.

Pier Silvio diz que pretende continuar de pé, como explicou aos trabalhadores da Mediaset, a quem enviou uma carta sobre o pai: “Ele tem sido um homem que tem dado muito, muito mesmo. Ele criou muito. E ele sempre considerou a sua empresa como a sua amada. O meu pai, nosso fundador, sempre vos amou a todos, um por um. E agora é nosso dever seguir os seus indeléveis passos, trabalhar, trabalhar, trabalhar. Com entusiasmo e respeito.”

“Hoje temos de olhar para frente e fazer um esforço ainda maior, cada vez mais. Temos de construir um Grupo ainda mais forte e vivo. Temos de fazer isso pela Mediaset. Temos de fazer isso por todos nós. Mas, acima de tudo, queremos fazer por ele”, garantiu.

O empresário Paolo Vasile, antigo delegado conselheiro da Mediaset, prevê que a morte de Berlusconi “não vai influenciar” os negócios audiovisuais da Fininvest.

Por outro lado, a Vivendi está em fase de desinvestimento na Mediaset e acaba de receber autorização de Bruxelas para assumir o controle do milionário grupo francês Lagardère. De qualquer forma, a Mediaset España acaba de entregar uma parte muito importante da sua produção ao gigante Banijay Group, que é propriedade da Vivendi, em 30%.