A aquisição total da agência noticiosa Lusa pelo Estado português será concluída nas próximas semanas, garantiu o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, numa visita à sede da agência em Lisboa. 

Contudo, o modelo de governação futura da Lusa continua em discussão, não havendo ainda uma definição sobre a estrutura que garantirá a independência editorial e a supervisão da actividade da agência. 

No final de Julho de 2024, o Estado adquiriu 45,71% do capital da Lusa detido pela Global Media e pela Páginas Civilizadas, num negócio avaliado em 2,49 milhões de euros, passando a controlar 95,86% da agência. A intenção do Governo é agora comprar também as posições minoritárias remanescentes, detidas por entidades como a Notícias de Portugal (NP), o Público, a RTP e a Empresa do Diário do Minho. 

Durante a visita, Leitão Amaro esclareceu que ainda está “tudo em aberto” quanto ao modelo de governação da Lusa. O ministro defende que é necessário encontrar uma solução ajustada à realidade da agência e recusa importar modelos de forma automática. 

O presidente do conselho de administração da Lusa, Joaquim Carreira, tem defendido um modelo inspirado na RTP, com separação de poderes e supervisão independente. Para Carreira, é fundamental criar um órgão que avalie a qualidade do serviço público prestado pela agência, garantindo autonomia editorial e financeira, estabilidade de gestão e uma ligação ao mercado através da representação de diferentes sectores. 

António Leitão Amaro anunciou ainda que o próximo Orçamento do Estado irá incluir um reforço financeiro para a Lusa, no âmbito do plano de acção do Governo para a comunicação social. O investimento destina-se a apoiar a transformação tecnológica da agência, o reforço de recursos humanos e a dinamização do quadro de trabalhadores. 

Um dos objectivos estratégicos é combater o chamado “deserto noticioso” que afecta vastas áreas do território nacional, promovendo uma maior cobertura jornalística local e regional. 

(Créditos da imagem: Agência Lusa)