O Business Insider vai despedir 21% da sua equipa como parte de uma reestruturação que visa apostar intensamente em inteligência artificial (IA) e preparar-se para as “quedas extremas de tráfego”. 

“Estamos no início de uma grande mudança na forma como as pessoas encontram e consomem informação”, escreveu a CEO, Barbara Peng, num memorando interno. Peng reconheceu que, apesar de cada visita ao site gerar, actualmente, o dobro da receita em comparação com há dois anos, cerca de “70% do negócio tem algum grau de sensibilidade ao tráfego”. Por isso, justificou: “Temos de estar estruturados para suportar quedas extremas de tráfego fora do nosso controlo”. 

A organização, com cerca de 100 milhões de visitas mensais e 1,5 milhões de subscritores de newsletters, pretende agora ajustar-se à nova realidade digital, abandonando áreas menos rentáveis como o comércio electrónico, e investindo em novos formatos, como o BI Live, centrado em “jornalismo ao vivo”. 

A transição inclui uma aposta declarada na IA: “A nossa estratégia é forte, mas não nos podemos dar ao luxo de ter tempo”, disse Peng. O objectivo é que todos os funcionários usem o Enterprise ChatGPT regularmente. 

O sindicato da redacção (Insider Union) reagiu com críticas duras, descrevendo os despedimentos como “uma viragem descarada do jornalismo para a ganância” e defendendo que “nenhuma ferramenta ou tecnologia de IA deve – ou pode – tomar o lugar dos seres humanos.”