O M&P avança que a Associação Portuguesa de Radiodifusão (APR) apelou ao Governo e à Assembleia da República para que seja retomado, com urgência, o programa de apoio à aquisição de geradores para rádios locais, interrompido em 2000, garantindo que “nenhum cidadão volta a ser deixado no silêncio informativo em contextos de catástrofe ou falência dos sistemas digitais”. 

O pedido surge na sequência do apagão de 28 de Abril, que deixou a maioria das rádios de proximidade sem capacidade de emissão, por não possuírem sistemas de alimentação autónoma. 

A APR alerta para o risco de deixar milhares de cidadãos “privados de orientação e esclarecimento” durante situações de emergência, sobretudo em zonas do interior e menos cobertas pelos grandes meios de comunicação nacionais. Apenas as grandes rádios, equipadas com geradores, conseguiram manter o serviço público de informação activo nesse dia. 

Em comunicado, a associação recordou que, em 1999, foi iniciado um programa estatal “com o objectivo de comparticipar a aquisição de geradores para as rádios locais, reconhecendo o seu papel estratégico no sistema de protecção civil”. No entanto, este programa foi abandonado e, apesar de contactos com o Governo em 2022, nenhum novo protocolo foi formalizado. 

A APR sublinha que a informação em contextos de crise é um dever do Estado, conforme estabelecido na Lei de Bases da Protecção Civil, e exige que se corrija com urgência esta falha.