Um site com vocação de futuro
Há um quase silêncio crepuscular à volta das profundas transformações que estão a mudar a paisagem mediática, principalmente na Europa e nos Estados Unidos, como se os jornalistas e os meios tivessem medo de debater o futuro - ou o seu destino.
As redacções perdem regularmente efectivos, aumentando o número de jornalistas desempregados ou colocados numa situação de emprego precário. Mas não se vislumbra uma reacção ou um estremecimento entre os profissionais em risco iminente. Ficam-se por atavismos paroquiais e por referendos de inspiração sindical, que nada adiantam, salvo para um conselho deontológico inexistente, preocupado apenas em fazer “prova de vida”.
Se descontarmos o último Congresso de Jornalistas - realizado após um longo interregno de vários anos -, o debate sobre os problemas do sector está ausente da iniciativa dos jornalistas e das empresas editoras - e mesmo das suas associações representativas. A quem duvidar recomenda-se a consulta dos respectivos sites, elucidativa do vazio ou do marasmo em que se caiu.
Foi essa lacuna que este site do CPI procurou de algum modo contrariar. Para isso contámos, também, com duas prestigiadas e preciosas parcerias - o Observatório de Imprensa do Brasil e a APM – Asociacion de la Prensa de Madrid, e dos seus Cuadernos de Periodismo.
O resultados desse esforço, não raramente solitário, foi o aumento continuado de visitantes , do número de páginas consultadas e do tempo médio de permanência no site.
Pela análise do perfil dos frequentadores , observa-se que o site já extravasou há muito o universo de jornalistas portugueses e é seguido, também, fora das fronteiras físicas do País.
E esse é o desafio da Internet e uma consoladora realidade que nos obriga a melhorar e a continuarmos atentos a tudo o que possa modificar a relação de confiança entre produtores e receptores da informação.
O futuro constrói-se todos os dias. Infelizmente, não falta entre nós quem esteja agarrado ao passado, como se tivesse futuro.