O autor cita, Nick Paumgarten, do The New Yorker, que em 2012 escreveu; “As pessoas gostam de projectar em Davos os seus medos e fantasias sobre como o funciona o Mundo. A direita vê o liberalismo insidioso e delirante no seu ethos de partes interessadas e na sua pretensão de melhorar o mundo.… Para a esquerda, há uma cabala plutocrática, o tal um por cento - ou 0,01 por cento, na verdade - decidindo o destino do mundo por de trás de uma cortina de segurança pesada e um discurso duplo utópico. Os não convidados, ou os recusados e até mesmo muitos dos participantes vêem o encontro como uma descarga colossal de um balão de ar quente, ou como um pavão que exibe as suas penas”.

Para Pope, aparentemente, nada mudou ao longo dos anos, Davos continua a “atrair ao seu microcosmo uma imprensa que tenta desvendar os ricos e a economia em geral”.

“Nunca, na minha carreira, vi tamanha desconexão entre o estado da economia global e as histórias que a imprensa de negócios está veicular” afirma.  A colossal escala histórica da desigualdade de rendimentos; a deslocalização económica global causado pela crise climática e pela desindustrialização; as lutas silenciosas e dolorosas das famílias incapazes de lidar com as dívidas e a inflação, são assuntos que não são reflectidos na maior parte do que continua a passar como notícias sobre os negócios. “Talvez precisemos repensar a própria noção de jornalismo de negócios” sugere. “Por que é que a cobertura da actividade económica precisa de ser isolada de reportagens nacionais e políticas?  Por que continua a girar em torno de CEO´s, em vez de se focar nos trabalhadores e clientes que deveriam estar no centro das histórias? Por que é que o cepticismo que a imprensa aplica aos políticos nem sempre parece aplicar à elite global mais ampla?” questiona Pope.