O barítono Jorge Chaminé é o vencedor do Prémio Europeu Helena Vaz da Silva de 2023 para a Divulgação do Património Cultural 2023.

A distinção foi entregue ao cantor lírico numa cerimónia na Fundação Calouste Gulbenkian.

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Nesta sessão, foram também homenageados os quatro vencedores portugueses dos Prémios Europa Nostra 2023: a recuperação dos Tetos Mudéjares da Catedral do Funchal (categoria Conservação e Adaptação a novos usos), o cto para a Salvaguarda da Técnica de Pesca Artesanal “Arte-Xávega” (categoria Pesquisa); o Projecto ALMADA (categoria Envolvimento e Sensibilização dos cidadãos) e ainda Cláudio Torres (categoria Campeões do Património).

Segundo o comunicado da organização – o Centro Nacional de Cultura (CNC), em colaboração com a Europa Nostra e o Clube Português de Imprensa (CPI) –, Jorge Chaminé, foi distinguido por ser considerado um dos “maiores embaixadores artísticos e intelectuais do património cultural europeu, tanto imaterial quanto material”. 

Jorge Chaminé é um celebrado cantor lírico internacional, nascido no Porto, com uma ampla variedade de repertório, que vai desde Bach a Xenakis e de óperas de Mozart a música contemporânea. É fluente em várias línguas, incluindo francês, alemão, italiano, russo, inglês, espanhol e português. Além da sua carreira musical, frequentou o curso de Direito na Universidade de Coimbra.

Actuou como solista com orquestras de prestígio, como a Orquestra Sinfónica de Boston, Orquestra Sinfónica de Londres e Orquestra Filarmónica de Berlim, sob a direcção de maestros como Yehudi Menuhin, Seiji Ozawa e Plácido Domingo.

Jorge Chaminé também é reconhecido pelo seu compromisso com os direitos humanos e a promoção da música como meio de desenvolvimento cultural e paz. Em 1993, recebeu a Medalha dos Direitos Humanos da UNESCO. Foi nomeado Embaixador da Boa Vontade da organização “Music in Me” e desempenhou um papel crucial no desenvolvimento de programas musicais no Médio Oriente.

Além disso, Chaminé é conhecido pela sua dedicação à educação musical e à promoção de jovens talentos – fundou festivais e associações musicais, incluindo o Festival CIMA na Toscana e a associação Georges Bizet. Também criou os Ateliers "Sons Croisés" em Paris, reunindo músicos de várias nacionalidades.

É director artístico de festivais, como o Festival Ibériades em Paris e o Festival de Bougival. Jorge Chaminé tem sido um defensor ativo da música como um meio de promoção da paz e justiça, recebendo nomeações notáveis, como o título de "1.º Músico para a Paz" da organização “Music for Peace”.

Além disso, é professor e tutor da Universidade de Stanford, membro de várias organizações culturais de prestígio e criador do projecto “Music4Rom”, reconhecendo a influência da música Rom na música clássica.

Jorge Chaminé foi condecorado com várias distinções, incluindo "Officier" da Ordem das Artes e Letras pelo Ministro da Cultura francês e a Medalha Grand Vermeil da Cidade de Paris. Também é Embaixador para a Paz e Justiça dos 17 Objectivos do Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas "Agenda 2030 NOW".