Guterres pede regulação da IA para combater a desinformação

O secretário-geral da ONU, António Guterres, declarou numa conferência de imprensa, ser a favor da criação de um órgão internacional dedicado a supervisionar o desenvolvimento da Inteligência Artificial (IA).
Esse órgão supervisor, inspirado no modelo da Agência Internacional de Energia Atómica (IAEA), seria estabelecido para regular o avanço e a aplicação da IA a nível global.
Segundo Guterres, da parte da ONU, há a disposição de a Organização se colocar “no centro de todas as redes e movimentos” em torno da IA, entendendo a relevância que essa tecnologia tem na sociedade actual.
A proposta conta ainda com o apoio da empresa OpenIA, tendo sido noticiado que o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, estaria disposto a acolher a sede desta organização em Londres.
Perante a evolução acelerada da tecnologia, e consciente das ameaças que este avanço pode trazer consigo, Guterres manifestou a necessidade de antecipar as mudanças que os próprios criadores de inteligência artificial estão a prever.
Segundo o secretário-geral da ONU, alguns especialistas consideram a IA uma ameaça existencial para a humanidade, ao nível do risco de uma guerra nuclear, pelo que “devemos levar esses avisos a sério”, afirmou.
Guterres também levantou preocupações sobre o uso da IA na disseminação de desinformação e ódio, considerando que as plataformas digitais actuais estão a ser usadas para tal, o que representa uma ameaça clara e presente, que requer uma acção global coordenada.
Sobre esta preocupação, Guterres indicou a sua intenção de desenvolver um código de conduta para a integridade da informação em plataformas digitais. Esta acção é apresentada como uma tentativa de controlar os danos que a desinformação pode causar globalmente, alimentando conflitos, ameaçando a democracia e minando os esforços para resolver problemas de saúde pública e mudanças climáticas.