As principais gigantes tecnológicas anunciaram o compromisso de adoptar medidas para prevenir que a inteligência artificial (IA) prejudique os vários processos eleitorais que irão acontecer por todo o mundo em 2023, noticiou a Associated Press (AP).

A comunicação foi feita pelos responsáveis de empresas como a Google, Amazon, Meta, OpenAI, Microsoft, TikTok, Adobe, entre outras, no dia 16 de Fevereiro, durante uma conferência anual de segurança em Munique. Outras empresas já anunciaram que também irão juntar-se ao compromisso, incluindo a X, de Elon Musk, segundo a AP.

O acordo define métodos que as tecnológicas deverão usar para “detectar e assinalar conteúdo enganador gerado por IA, quando este é criado ou distribuído nas suas plataformas”, explica o artigo da AP. Além disso, as empresas comprometem-se a dar resposta quando esses conteúdos forem divulgados nas suas redes, bem como a partilhar boas práticas entre si.

O compromisso é especialmente relevante num ano em que mais de 50 países terão eleições, pois permitirá identificar conteúdo que “falsifique ou altere a aparência, voz ou acções de candidatos políticos, funcionários eleitorais e outros elementos-chave numa eleição democrática”, explicou Nick Clegg, responsável pelos assuntos internacionais na Meta, citado pela AP.

Compromisso representa “passo positivo”, mas é simbólico

Um dos possíveis motivos para a convergência de tantas empresas no referido acordo é o facto de este não ser vinculativo. Para algumas pessoas, esse é um aspecto negativo, pois não há requisitos que as empresas estejam obrigadas a cumprir.

“A linguagem não é tão forte quanto poderíamos esperar”, diz Rachel Orey, da organização Bipartisan Policy Center, citada pela AP. Para Orey, uma vez que o compromisso é “voluntário”, é preciso “manter o olho aberto para ver se elas [as empresas] cumprem” o acordo.

Também para Jeff Allen, co-fundador do Integrity Institute e ex-funcionário do Facebook, apesar de este acordo lhe parecer um “passo positivo”, as grandes tecnológicas deveriam tomar mais medidas para combater a desinformação.

A comunidade internacional valorizou o anúncio feito pelas empresas. A vice-presidente da Comissão Europeia, citada pela AP, admitiu que, embora o acordo não seja exaustivo, “inclui elementos muito positivos e com muito impacto”.

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