Reino Unido “acelera a fundo” na inteligência artificial
O governo do Reino Unido foi alertado para a necessidade de aplicar mais recursos financeiros na área da Inteligência Artificial, pelo que vai investir 900 milhões de libras num supercomputador de ponta, como parte de uma estratégia de otimização de IA, que inclui garantir que o país possa construir o seu próprio “BritGPT”, ou seja, o seu próprio modelo de ChatGPT.
O plano surge do Departamento do Tesouro Britânico, que não quer correr o risco de ficar atrás da China ou de grandes empresas de tecnologia, no que diz respeito ao desenvolvimento da Inteligência Artificial, nomeadamente nas áreas de segurança cibernética, saúde, entre outras.
“É uma corrida armamentista maciça que já existe há algum tempo, mas o interesse aumentou, por certo, mais recentemente”, disse Adrian Joseph, director de dados e inteligência artificial da BT (empresa britânica de telecomunicações e TI), ao Comité de Ciência e Tecnologia da Câmara dos Comuns.
O Reino Unido reconhece a importância deste investimento, depois dos recentes avanços na tecnologia por trás de chatbots como o ChatGPT da OpenAI – muito falado desde o seu lançamento no ano passado – e o Bard da Google, que ainda não foi lançado ao público.
Este plano incide na construção de um computador “exascale”, que será várias vezes mais poderoso do que os maiores computadores já existentes no Reino Unido.
O Departamento do Tesouro diz, ainda, que este investimento vai permitir que os investigadores entendam melhor as mudanças climáticas, potencializem a descoberta de novos medicamentos e maximizem o potencial do Reino Unido em IA.
Um computador “exascale” pode ser usado para treinar modelos complexos de IA, mas também tem outros usos na ciência, indústria e defesa, incluindo modelos de previsões meteorológicas e projecções climáticas. Além do mais, este tipo de máquina pode realizar mais de mil milhões de cálculos simples por segundo, uma métrica conhecida como “exaflops”. Apenas uma destas máquinas é conhecida: a Frontier, que está alojada no Oak Ridge National Laboratory dos Estados Unidos e é usada para pesquisa científica. A Frontier entrou em funcionamento em 2022, e tem mais do dobro da potência da máquina mais rápida a seguir a ela.
O Departamento do Tesouro britânico, diz ainda, que vai conceder um prémio de um milhão de libras, todos os anos, durante os próximos 10 anos, à pesquisa de IA mais inovadora. Esta recompensa, terá o nome de Prémio Manchester, em memória do chamado Manchester Baby, uma máquina pioneira do computador moderno, construída na Universidade de Manchester, em 1948.
O governo britânico conta, também, investir 2,5 mil milhões de libras, na próxima década, em tecnologias quânticas. A computação quântica, baseada na física quântica, analisa como as partículas que compõem o universo funcionam – e os computadores quânticos são capazes de calcular os seus movimentos, através de um grande número de resultados diferentes.