Os vencedores dos prémios Pulitzer 2024 foram anunciados no passado dia 6 de Maio, numa edição que distinguiu com uma menção especial os jornalistas que têm feito a cobertura da guerra em Gaza.

Os prémios Pulitzer são considerados o mais alto reconhecimento do trabalho jornalístico de profissionais e organizações de média dos Estados Unidos.

Esta foi a 108.ª edição dos Pulitzer, tendo sido atribuídos prémios em 15 categorias jornalísticas.

Segundo a Nieman Foundation, é a primeira vez que são reconhecidos mais trabalhos de jornais online do que de jornais tradicionais. Ao mesmo tempo, “os melhores trabalhos são cada vez mais feitos por um número reduzido” de grandes empresas.

O New York Times (NYT) e o Washington Post receberam três prémios cada um.

O New York Times foi distinguido pelos seus trabalhos dedicados à cobertura da guerra em Gaza (jornalismo internacional) e à exploração do trabalho infantil nos EUA (jornalismo de investigação), bem como pela reportagem especial sobre as dificuldades “legais e emocionais” de uma família durante o processo de demência da matriarca.

Já o Washington Post recebeu um dos prémios da categoria de reportagem nacional pelo trabalho sobre a violência armada, o prémio de redacção editorial por uma série sobre a forma como os regimes autoritários reprimem a dissidência na era digital. Recebeu também o prémio de comentário pelos textos escritos pelo colaborador Vladimir Kara-Murza numa cela de uma prisão russa.

O prémio de jornalismo de serviço público foi atribuído à ProPublica pelas reportagens sobre ofertas de presentes e viagens de bilionários a juízes do Supremo Tribunal dos Estados Unidos.

Os Pulitzer concederam ainda dois prémios à Reuters. A equipa de fotojornalistas da agência foi distinguida pela sua cobertura, em registo breaking news, do ataque do Hamas a Israel e da primeira semana da retaliação de Telavive na Faixa de Gaza. E, na categoria de reportagem nacional, a equipa da Reuters foi premiada por uma série que investigou os negócios do multimilionário Elon Musk.

O júri distinguiu, com uma menção especial, os jornalistas que têm feito a cobertura da guerra em Gaza pelo seu “trabalho corajoso”. “Em condições horríveis, um número extraordinário de jornalistas morreu no esforço de contar a história dos palestinianos”, referiu a organização durante a cerimónia de entrega dos prémios.

Também o escritor e jornalista norte-americano Greg Tate foi distinguido com uma menção especial, sendo considerado um ícone no ambiente mediático da cultura afro-americana.

Além dos trabalhos jornalísticos, os Pulitzer reconhecem obras de excelência em Artes e Letras.

Este ano, na categoria de literatura de ficção, a vencedora foi a escritora Jayne Anne Philips, com o romance Night watch, que tem como cenário a Guerra Civil norte-americana.

Já o prémio de não-ficção foi atribuído a Nathan Thrall, pelo livro A Day in the Life of Abed Salama: Anatomy of a Jerusalem Tragedy (Um dia na vida de Abed Salama: Anatomia de uma tragédia em Jerusalém), editado, em Portugal, pela Zigurate.

A lista completa dos vencedores está disponível na página oficial dos Prémios Pulitzer.

Os prémios são administrados pela Universidade de Columbia, em Nova Iorque, que tem sido notícia pelas manifestações estudantis contra a guerra em Gaza. A universidade é gestora do fundo legado por Joseph Pulitzer, empresário da imprensa norte-americana, nos anos de 1910. Os vencedores recebem 15 mil dólares (cerca de 13,9 mil euros).