O documentário “20 dias em Mariupol”, co-produzido pela agência noticiosa Associated Press (AP) e pelo programa de jornalismo de investigação Frontline, da PBS, levou para casa a estatueta, na cerimónia dos Óscares deste ano, no dia 10 de Março.

O filme, da autoria do ucraniano Mstyslav Chernov, um videojornalista da AP, é um relato na primeira pessoa das primeiras semanas dos ataques russos à cidade portuária, em 2022.

Chernov chegou a Mariupol uma hora antes de a Rússia começar a bombardear a cidade. Com ele estavam o fotógrafo Evgeniy Maloletka e a produtora Vasilisa Stepanenko. Duas semanas depois, “sendo os únicos repórteres internacionais que permaneceram na cidade, captam o que mais tarde se tornarão imagens definidoras da guerra: crianças a morrer, valas comuns, o bombardeamento de uma maternidade e muito mais”, lê-se na sinopse do filme.

“Este é o primeiro Óscar na história da Ucrânia e sinto-me honrado”, disse, emocionado, Chernov, na cerimónia de entrega dos prémios. Ainda assim, o jornalista acrescentou: “Provavelmente, serei o primeiro realizador neste palco a dizer que gostaria de nunca ter feito este filme”. Chernov afirmou que trocava o prémio por um cenário em que a Rússia nunca tivesse atacado a Ucrânia.

No seu discurso, o jornalistas sublinhou, ainda, o relevante papel dos filmes para contar os acontecimentos históricos: “Podemos garantir que a história é registada de forma correcta e que a verdade prevalece, e que as pessoas de Mariupol, e aqueles que deram as suas vidas, nunca sejam esquecidas. Porque o cinema forma memórias e as memórias formam a História”, continuou.

O documentário estreou-se no Sundance Film Festival, em 2023, tendo arrecadado o prémio do público.Top of Form