O  movimento transbordou para a Europa -  onde a Imprensa se defronta também com não poucos problemas – aparecendo o britânico The Guardian a tomar a dianteira em editorial, ao lado dos jornalistas americanos.

Claro que na Europa há casos igualmente chocantes de conflitualidade entre o poder político e os media, como tem vindo a acontecer na Turquia, onde vários jornais e meios audiovisuais  fecharam as portas às ordens de Erdogan, que instalou um modelo repressivo, com a detenção sumária  de jornalistas e a adopção de métodos expeditos de intimidação, como tem sido denunciado por diferentes  organizações internacionais .

Mesmo em Portugal estamos lembrados da política de perseguição dos media e dos jornalistas não alinhados,  tentada por Sócrates enquanto primeiro ministro, com o objectivo de silenciar quem se lhe opusesse.

Se na Europa estão a despertar movimentos populistas perigosos, a realidade noutros continentes não é igualmente tranquilizadora, multiplicando-se os candidatos a novos ditadores, è esquerda e à direita.

Com uma diferença importante: se o ditador se proclamar de esquerda, goza à partida de imunidade, em termos da opinião publicada, que não se encontra à direita.

Trump foi longe demais nas suas diatribes contra a Imprensa. A reacção dos jornais, em defesa do jornalismo  independente e livre, é um poderoso “grito de alma” , cujo registo importa fixar.

Oxalá na Casa Branca se consiga corrigir o alvo e dissuadir o presidente de insistir no erro. A morte do jornalismo será a morte da democracia como a conhecemos.