Os correspondentes estrangeiros
Nesse contexto, a Associação da Imprensa Estrangeira em Portugal enfrenta muitos desafios no seu trabalho de apoiar e representar os seus mais de 50 sócios, não só pelo facto dos correspondentes não serem abrangidos muitas vezes pela informação das entidades portuguesas, mas igualmente porque os interesses dos próprios sócios nem sempre coincidem.
O perfil e o trabalho dos correspondentes estrangeiros também tem mudado ao longo do tempo, devido à evolução política, económica e social de Portugal e ao seu estatuto na Europa e no mundo. Se nos anos 70 e 80 tinham sede em Lisboa jornalistas do quadro de vários órgãos de comunicação estrangeiros, hoje em dia os que têm esse estatuto limitam-se praticamente às agências (que, tendencialmente, também recorrem, cada vez mais, a contratações locais, incluindo estrangeiros).
No dealbar do século XXI, Portugal parece suscitar menos interesse dos média internacionais, tendo como consequência a alteração proporcional dos sócios da AIEP, com vantagem para os de origem na vizinha Espanha, ou no lusófono Brasil. Ultimamente, essa tendência tem sido contrariada, com colegas oriundos de vários países, para assegurarem a cobertura da crise, ao mesmo tempo que o "boom" do turismo tem permitido trabalhos jornalísticos sobre paisagens, monumentos e gastronomia, com particular relevo para os média europeus e americanos.
[Presidente da AIEP - Associação da Imprensa Estrangeira em Portugal]