Ora, ao ler o trabalho do referido correspondente do El Mundo, cuja editora responsável explicou ser um  jornalista que “conhecemos bem” e que utilizou pseudónimo, não se percebe o afã do SJ, expondo-se ao ridículo em  iniciativas com misteriosas motivações.

Afinal, o jornalista em causa foi errático na descrição do drama das populações de Pedrogão Grande ? Acaso o que escreveu ofendeu os sentimentos nacionais ou a verdade dos factos?.

Aparte o ter confundido as próximas eleições Autárquicas com as Legislativas o seu trabalho não difere muito de tantos outros.

Assinou com pseudónimo, é verdade. E daí? Quantos jornalistas portugueses, detentores da carteira profissional e filiados no SJ, não fazem ou fizeram o mesmo noutras circunstâncias, como opção própria ?

A justa indignação da editora de internacional  do El Mundo , Silvia Roman,  confrontada com a singularidade inquisitorial dos “patrulheiros de serviço”, é bem elucidativa  neste  desabafo: “Parem de me atacar no Twitter! Parem de me enviar emails! Parem de tentar telefonar-me! Em 22 anos nesta secção nunca me aconteceu algo assim, nem nos casos da Venezuela ou da Turquia”. O que terá motivado tanta gente a “twittar” e a enviar emails assanhados para a jornalista espanhola ?

Relendo o texto do correspondente do El Mundo há, contudo, uma frase que poderá  ter incendiado os ânimos e ser a chave do enigma  da  “caveira de prata”  como no filme da saga do Indiana Jones.

Ao comentar o desnorte  operacional no terreno  e a falência do Estado no socorro   às aldeias sitiadas pelo fogo de Pedrogão Grande, o correspondente espanhol escreveu  que a “gestão desastrosa pode pôr fim a carreira política de Costa”.

Sabe-se bem, desde o tempo de Salazar, como noticias vindas de fora têm influência cá dentro. Mas não seria de esperar, quase meio século depois do 25 de Abril, ver o Sindicato dos Jornalistas incomodado com o texto de um confrade espanhol, só porque este recorreu ao pseudónimo para relatar incêndios em Portugal…

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