Neste sentido, o maior desafio da Imprensa Regional é a sua inclusão no mercado digital, especialmente no momento em que os poderes europeus pretendem instalar um Mercado Único Digital Europeu.
No caso português, a história local amplifica-se para os cinco cantos do mundo, pois parte importante das edições da Imprensa Regional é distribuída junto das comunidades portuguesas no estrangeiro, tornando assim o jornalismo português e em português verdadeiramente global.

O jornal em papel vai mudar, vai utilizar mais valências digitais no processo de impressão e de distribuição e, em muitos casos, vai evoluir para modelos híbridos papel/digital/Redes, mas não vai desaparecer. Acho que a Imprensa em geral tem um importante futuro à frente, mas também tem que perceber que o nível de cooperação e da colaboração tem de aumentar, sobretudo ao nível de informação regional.

A Associação Portuguesa de Imprensa e outras entidades como o Clube Português de Imprensa devem preparar, em conjunto, programas de ação, ações de esclarecimento e de representação junto dos poderes públicos portugueses e nas respostas às consultas públicas, que sirvam para que os empresários da Imprensa adaptem aos seus objetivos aquilo que na realidade é o mais importante, que é a rentabilidade das empresas e a salvaguarda da qualidade dos conteúdos, seja em papel seja no mundo digital.   

Lembro que tem havido preconceitos e esses preconceitos têm impedido os governos e mesmo a Assembleia da República de ver o setor da Imprensa Regional de uma forma moderna e independente.

[Presidente da AIP - Associação Portuguesa de Imprensa]