Uma nota editorial, contudo, nem sequer assinada pela direcção do jornal. O director, Pedro Santos Guerreiro, a quem competiria explicar e assumir a noticia, afinal falsa, que abalou de novo a credibilidade do jornal, limitou-se, pudicamente, na sua coluna da página dois, a remeter os leitores para a tal nota, como se não fosse nada com ele.

Ora a derrapagem do Expresso, como jornal de referência que se considera, exigiria que a sua direcção - e o seu director em particular - fossem claros quanto à natureza do engano em que caíram.

Afinal, foram enganados ou instrumentalizados pelas fontes consultadas?  Ou foram simplesmente incompetentes, ao não cruzarem suficientemente essas mesmas fontes, durante a investigação jornalística sobre a PGR, que durou meses, como se escreve na nota editorial?

É certo que admitem que “os mecanismos de investigação jornalística falharam e fomos induzidos em erro nas informações recolhidas”. Mas foram “induzidos em erro” por quem? Silêncio absoluto, talvez com receio que sequem as fontes que os manipularam e que mereciam ser denunciadas publicamente, em defesa da honra e do bom nome do Expresso.

Não adianta escreverem, também, piedosamente, na mesma nota, que “neste caso, foi averiguado internamente o processo editorial que levou à publicação da noticia “. E a que conclusões chegaram? Nada se diz. Lembra os inquéritos de Tancos ou de Pedrogão. 

O Expresso errou desta vez como noutras, que têm questionado a respeitabilidade do jornal e a fiabilidade das fontes que utiliza. O jornalismo preguiçoso -  ou comprometido - nunca deu bons resultados…