As mudanças tecnológicas tardaram a ser interiorizadas, tanto pelos responsáveis editoriais como pelos “patrões” da imprensa. E se é certo que o fenómeno não é exclusivamente português - longe disso -, a realidade é que somos uma das comunidades onde mais se tem notado a deserção de leitores, com vantagem para as versões digitais e, principalmente, para as chamadas redes sociais. Em comparação com outras latitudes, onde se tem testado alternativas e feito experiências com resultados promissores, por cá a inércia tem ditado as suas leis. À imprensa, tal como ao cinema na “sala escura”, estará muito provavelmente reservado um mercado de nicho. Se for aproveitado com inteligência e sentido de inovação, como complemento cultural e de exercício de cidadania, terá futuro. De outro modo, será inevitável o ocaso, perante o fascínio da tecnologia de consumo. E do culto da imagem e da instantaneidade da informação. E nada será mais velho do que o jornal da véspera…